Livro sobre a história de ‘Dona Mira’, a Mãe dos Pobres, será lançado em Botucatu, neste sábado
Waldomira diz que ajudou muita gente. Como nunca se esqueceu da dificuldade que teve quando morou na área rural, passando por muito sofrimento, sabia o que o povo mais pobre passava e ajudava quem aparecia em casa. De cada ajuda aparecia uma pessoa nova para contar a sua dificuldade e tentar um alento à dor. “Fui a mãe da pobreza”, conta dona “Mira”.
Neste sábado (30/09), às 11 horas, será feito o lançamento do Livro – “Waldomira da Silva Fernandes Vieira, A MÃE DOS POBRES – 102 anos de história”. O local do lançamento do livro será no Cine Janelas, sediado no Espaço Cultural Antonio Gabriel Marão, na Avenida Dom Lúcio, 497, no centro da cidade.
Superação. Assim pode ser traduzida a vida de Waldomira da Silva Fernandes Vieira, a “Dona Mira”. Sua história é de muito sofrimento e reviravolta. Tudo começou no dia 5 de dezembro de 1914, seu nascimento na casa de sua avó Carolina. Era uma das últimas casas da Rua General Teles, no bairro Lavapés. A família era proveniente dos “Rocha”, da cidade de Pardinho.
O livro é um rico relato de uma personagem de Botucatu (SP). Nele, propõe-se a contar a história de Waldomira da Silva Fernandes Vieira, que de trabalhadora rural passou a ser uma investidora e figura amável com muitos relatos de caridade. Ela não tem medo de abordar os altos e baixos de sua vida. Muitas pessoas vão se deparar com uma lição de superação, frente à pobreza e desafios da vida envolvida num casamento marcado pela violência e machismo.
Também é uma maneira de entender como se vivia desde o começo de 1900, e ainda mais, dados para ultrapassar o centenário de vida. Boa viagem junto à vida de dona Waldomira, conhecida por muitos por Mira.
Segundo o Cristiano Alves, editor do livro, “conhecer de perto a história de uma mulher que viveu a realidade dura da pobreza, enfrentou todas as realidades possíveis, foi algo magnífico. Neste trabalho, passo a passo, os relatos iam surgindo. Sua memória é boa, mas nem sempre é possível aos 102 anos se recordar de tantos detalhes acerca de tudo o que essa mulher viveu”.
A publicação, diz o autor, traz alguns momentos que tratam a vida de uma mulher à frente do seu tempo, enfrentando, de forma muito determinada, o machismo que se arrasta por muitos anos, na sociedade.
A obra começou pela iniciativa da neta Denise Amorim, que quis ver essa rica história de vida sendo relatada com alguns exemplares, somente para a família e amigos, mas a participação de Dona Waldomira na sociedade mostrou-se um importante fato, não só para os parentes, mas também a cidade. Isso se deve à marca que deixou passando pela história de Botucatu e o bem que praticou com muitas pessoas.
RICA EXPERIÊNCIA “O desafio aceito para registrar essa história foi de muita responsabilidade, mas também uma rica experiência e lição de vida. Fica o agradecimento à paciência e boas conversas com Dona Waldomira, durante a produção do livro, nas entrevistas feitas na sala de sua casa, na Rua Dr. Costa Leite, que a cada parte gravada ou anotada aguçava a curiosidade em saber mais. Porém, sempre respeitamos os limites de tempo de coleta desses fatos, devido à sua idade”, comenta o autor.
A sua trajetória que começou no Lavapés ganhou o meio rural e depois a cidade onde tornou-se conhecida e aos 102 anos vira livro.
MÃE DA POBREZA Como passou muita dificuldade, não sabia deixar de ajudar quem batia à sua porta. Era muita solicitada para ajudar pobres e pessoas que precisavam de médico ou remédio. Sempre foi pronta a ajudar, pois sabia o que a pobreza, na sua extremidade, é capaz de fazer com o ser humano.
Waldomira diz que ajudou muita gente. Como nunca se esqueceu da dificuldade que teve quando morou na área rural, passando por muito sofrimento, sabia o que o povo mais pobre passava e ajudava quem aparecia em casa. De cada ajuda aparecia uma pessoa nova para contar a sua dificuldade e tentar um alento à dor. “Fui a mãe da pobreza”, conta dona “Mira”.
O livro traz diagramação de Edil Gomes da epresa Diagrama, correção de Carmem Lúcia Eburneo da Silva. Textos, entrevistas e organização geral do jornalista Cristiano Alves.