A tecnologia avança rapidamente, mas o fator humano continua sendo o elemento central para transformar inovação em impacto real. Uma pesquisa divulgada pelo LinkedIn aponta que profissões ligadas à tecnologia estão entre as que mais crescem no Brasil em 2025. O estudo destaca que, embora algoritmos e equipamentos sejam ferramentas poderosas, são as pessoas que traduzem dados, operam tecnologias e conectam soluções ao cotidiano da sociedade, garantindo que os avanços tecnológicos gerem benefícios concretos.
Esse protagonismo humano pode ser observado em iniciativas como o programa Techdengue, da Aero Engenharia, e nas inovações da Emccamp Residencial, que utilizam inteligência artificial (IA) para resolver problemas complexos e promover eficiência em setores como saúde pública e construção civil. Ações desse tipo buscam a integração entre tecnologia e equipes multidisciplinares para a execução de projetos e a obtenção de resultados de longo prazo.
Tecnologia no combate ao Aedes aegypti
O programa Techdengue, desenvolvido pela Aero Engenharia, é um exemplo de como a tecnologia pode ser aplicada de forma estratégica e colaborativa para resolver problemas de saúde pública, como o combate ao Aedes aegypti. A proposta combina drones, inteligência de dados e conhecimento prático dos profissionais de campo, ampliando a capacidade de monitoramento e análise. As imagens captadas por sensores aéreos são transformadas em mapas que orientam ações concretas, traduzidas pela experiência de pilotos de drones e auxiliares de campo, resultando em algo que seja útil para a realidade de cada território.
“O conhecimento territorial, acumulado por agentes de saúde pública e profissionais municipais, é essencial para direcionar as operações de forma personalizada e eficaz. São eles que indicam as áreas prioritárias, interpretam os dados em contexto real e ajudam a construir soluções que respeitam a singularidade de cada comunidade. Ao lado deles, os pilotos de drones são responsáveis pela qualidade da coleta de dados, pela segurança das operações e por estabelecer a ponte entre a inovação tecnológica e a realidade do campo. Para isso, passam por treinamentos que desenvolvem habilidades técnicas, padronizam procedimentos e respeitam a realidade de cada município, além de reforçar a consciência sobre o impacto do trabalho na sociedade”, destaca Cláudio Ribeiro, CEO da Aero Engenharia.
Outro aspecto que fortalece o impacto do Techdengue é o diálogo com a população. “Quando a comunidade compreende como a tecnologia funciona e percebe seu papel no processo, a adesão tende a aumentar. Campanhas educativas conduzidas pelas prefeituras, em parceria com agentes de saúde e equipes técnicas, reduzem resistências, estimulam mudanças de comportamento e transformam a operação em uma cultura de prevenção. Essa interlocução garante que os resultados não fiquem restritos à dimensão técnica, mas se estendam para o dia a dia das pessoas”, comenta o CEO.
A engrenagem que sustenta o programa é formada por uma equipe multidisciplinar. Engenheiros, pilotos de drones, cientistas de dados, geógrafos, epidemiologistas, equipes de P&D e especialistas em gestão trabalham em conjunto em um fluxo integrado. Enquanto engenheiros e pesquisadores desenvolvem e aprimoram a tecnologia, os pilotos e auxiliares aplicam as ferramentas em campo; os cientistas de dados e geógrafos transformam informações em inteligência estratégica; e os agentes de saúde conectam as soluções à população.
IA na prospecção de terrenos e a importância do fator humano
No setor imobiliário, a Emccamp Residencial, com mais de 48 anos de atuação no mercado, tem integrado a inteligência artificial em diversas áreas, como monitoramento de obras, gestão de suprimentos e atendimento ao cliente. O mais recente investimento da construtora está na aplicação da IA para a prospecção de terrenos em áreas disponíveis nas grandes capitais brasileiras.
Com a formação de um banco de terrenos (landbank), a Emccamp busca garantir agilidade na aprovação de projetos e aproveitar oportunidades de mercado em regiões com infraestrutura consolidada. Segundo Diego Assis, gerente de Novos Negócios da empresa, a IA tem potencial para transformar uma etapa que ainda é, em grande parte, manual. “A tecnologia permite analisar dados geográficos, ambientais e legais de forma integrada, identificando padrões e tendências que indicam o potencial de cada terreno. Informações que antes levavam semanas para serem apuradas pela equipe, uma etapa estratégica diante da crescente escassez de áreas disponíveis nas grandes capitais brasileiras, podem agora ser processadas em dias ou até horas, com maior precisão e menor risco de erro humano”, explica.
Entre os critérios avaliados pela IA estão a infraestrutura urbana disponível, a legislação local, a demanda de mercado e o mapeamento da concorrência. “Com isso, os gestores ganham uma visão mais ampla e detalhada, acelerando a tomada de decisão e tornando as escolhas mais assertivas”, destaca Diego. No entanto, ele reforça que o crivo humano continua indispensável. “A IA agiliza o levantamento de informações e libera a equipe de Novos Negócios para se dedicar à estratégia e às negociações, etapas em que a inteligência humana é essencial para interpretar os dados e tomar as decisões finais”.
O equilíbrio entre tecnologia e sensibilidade humana
Tanto no Techdengue quanto na Emccamp, a aplicação das inovações está diretamente relacionada à atuação das equipes. São os profissionais que analisam os dados, ajustam as soluções às demandas locais e asseguram o uso adequado da tecnologia nas diferentes etapas dos processos. Como destaca Cláudio Ribeiro, CEO da Aero Engenharia, “o futuro da inovação passa pelo equilíbrio entre automação e sensibilidade humana. Nos próximos anos, o papel dos profissionais será cada vez mais estratégico, assumindo a responsabilidade de interpretar, contextualizar e orientar a aplicação da tecnologia”.
 
            












