Tecnologia indica metanol em bebidas sem envio a laboratório
Tecnologia indica metanol em bebidas sem envio a laboratório

Casos de intoxicação por metanol associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas têm sido registrados por órgãos de saúde no Brasil. Notas técnicas de secretarias estaduais indicam que a confirmação da presença da substância depende, atualmente, da coleta de amostras e da realização de exames laboratoriais específicos, com envio a centros especializados, procedimento que exige estrutura técnica, tempo e a violação das embalagens.

Nesse contexto, um espectrômetro Raman portátil, equipamento analítico utilizado em atividades de fiscalização e perícia, permite identificar a presença de metanol em bebidas alcoólicas diretamente através da garrafa lacrada, sem preparo de amostra. A tecnologia é distribuída no Brasil pela Mondragon Equipamentos, empresa que fornece soluções analíticas utilizadas por órgãos públicos, indústrias e atividades periciais.

A análise pode ser realizada em poucos segundos por meio da leitura da vibração molecular do líquido e da comparação com um banco de dados interno. Com isso, etapas como coleta, transporte e abertura das embalagens, atualmente exigidas para a confirmação laboratorial da substância, deixam de ser obrigatórias na fase inicial de fiscalização.

Segundo documentos técnicos de órgãos de saúde, a intoxicação por metanol ocorre quando a substância é metabolizada em formaldeído e ácido fórmico, podendo provocar acidose metabólica, alterações neurológicas, comprometimento visual e risco de morte em casos graves. Por esse motivo, a identificação precoce da substância é considerada um fator relevante em ações de controle e prevenção.

Informações técnicas do fabricante indicam que o limite mínimo de detecção do equipamento é de 3%, valor mencionado em notas técnicas de saúde pública como associado a quadros graves de intoxicação. Esse nível de sensibilidade permite a triagem inicial de bebidas potencialmente contaminadas ainda no local da fiscalização.

Segundo o diretor-geral Erwing Pataki Mondragon, o equipamento também pode ser aplicado na identificação de outras substâncias de interesse para fiscalização.

"A tecnologia permite identificar metanol em bebidas ainda lacradas e apoiar ações de fiscalização em diferentes contextos", afirma.

O uso do equipamento possibilita a realização de análises iniciais em campo, sem violação das embalagens e sem a necessidade de envio imediato das amostras a laboratório, conforme previsto nos procedimentos laboratoriais tradicionais.