O livro “Migração do rádio AM para o FM – Avaliação de impacto e desafios frente à convergência tecnológica” será lançado durante o 28º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, no dia 22 de agosto, em Brasília.
A obra, coordenada pelas professoras Nair Prata, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Nélia Del Bianco, da Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal de Goiás (UFG) apresenta os resultados de uma pesquisa nacional que busca entender o impacto da migração do rádio AM para o FM no Brasil.
A investigação contou com a participação de quase uma centena de pesquisadores de todo o país, que entrevistaram 238 emissoras de rádio migrantes. Os resultados são apresentados em três capítulos do livro. No primeiro, é traçada uma linha do tempo do processo de construção da política pública da migração do AM para o FM.
A análise dos resultados da investigação em âmbito nacional está no segundo capítulo. E, por fim, no terceiro capítulo, 77 autores interpretam os dados de cada estado à luz da história da formação do mercado de radiodifusão regional.
  • Participaram da pesquisa os seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins, além do Distrito Federal.
A investigação é fruto do projeto de pesquisa “Migração do rádio AM para o FM: análise do processo, sustentabilidade, audiência e impacto no conteúdo, programação, profissionais e estratégias de relacionamento com a audiência”, do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).
Ele foi desenhado a partir de duas situações: emissoras AM que assinaram o termo de outorga e estão transmitindo em FM e emissoras AM que assinaram o termo de outorga, mas ainda não iniciaram as transmissões em Frequência Modulada.
O objetivo principal da pesquisa foi entender o processo de migração sob os aspectos relacionados ao processo de mudança – investimentos necessários; expectativa de aumento de faturamento e audiência; reconfiguração do conteúdo e da programação para se adaptar à nova frequência; mudanças na equipe de profissionais; construção de estratégias de relacionamento com a audiência; e reposicionamento da marca da rádio no FM.
A coleta dos dados foi feita por meio de questionário online aplicado junto às emissoras. De novembro de 2017 a abril/maio de 2018 os pesquisadores saíram a campo para o preenchimento do instrumento de pesquisa e, em maio/junho, os grupos de cada estado analisaram os dados coletados e escreveram os textos que compõem o livro.
O livro, publicado pela Editora Insular, tem dois prefácios: um da coordenadora do Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora da Intercom, professora Valci Zuculoto, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o outro do diretor geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luís Roberto Antonik.
Segundo uma das coordenadoras do projeto, professora Nair Prata, “fazer pesquisa empírica com tal extensão não é uma tarefa simples, mas os dados que vêm à luz compensam todo o empenho na investigação”.
A outra coordenadora, professora Nélia Del Bianco, explica que a publicação apresenta um panorama da nova configuração do rádio. “Com este trabalho, desvelamos um rádio que se esforça nas tentativas de se reinventar, buscando novos públicos, novas formas de sustentabilidade e novos modos de sobrevivência em um ecossistema midiático em profunda reconfiguração”, diz.

Estado de São Paulo

No capítulo intitulado “Implementação e expectativa do processo de migração de AM para FM em emissoras paulistas”, que enfoca o estado de São Paulo, são apresentados resultados de questionários aplicados a 10 emissoras, sendo cinco que já migraram para Frequência Modulada e outras cinco que assinaram o termo de outorga, mas ainda não iniciaram as transmissões em FM.
“As informações publicadas no livro ajudam a compreender as dificuldades enfrentadas e as perspectivas que as emissoras têm em relação a essa mudança”, comenta Adriana Donini, uma das autoras do capítulo referente ao estado de São Paulo.
 

Lançamento no congresso da Intercom

No dia 5 de setembro, às 16h, a obra “Migração do rádio AM para o FM – Avaliação de impacto e desafios frente à convergência tecnológica” também será lançada durante o 41° Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, promovido pela Intercom, e que será realizado na Universidade da Região de Joinville (Univille), em Santa Catarina.