Nos últimos anos os botucatuenses já fizeram manifestação contra corrupção, atos contra governos Dilma e Temer, contra o aumento de passagens de ônibus, mas a cidade não se mobiliza contra o abusivo preço do botijão de gás de cozinha cobrado nas revendedoras, que está entre os mais altos da região, chegando a custar até R$ 30,00 reais mais caro que o vendido em Pardinho, por exemplo.
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Em Botucatu o produto está sendo vendido na maioria das empresas por R$ 80,00, enquanto Pardinho o mesmo botijão de gás está sendo vendido por R$ 55,00.
No Rio de Janeiro os traficantes tomaram conta das revendedoras dos morros e estavam vendendo o botijão a R$100,00. Isso levou a inúmeras reações, inclusive contra os perigosos traficantes. Em Botucatu, ninguém é pressionado por traficantes, mas faltam alternativas de concorrência e preço justo.
Uma das causas apontadas no mercado é a concentração das revendedoras no Município. As informações dão conta de que 80% das empresas que revendem gás de cozinha em Botucatu são dos mesmos proprietários.
As empresas mudam de nome dos postos de venda, mas os proprietários são os mesmos e chegam a fazer o transporte do produto entre a distribuidora e o Município utilizando os mesmos caminhões de carga.
As distribuidoras, na região de Campinas praticam valores próximos, que variam entre R$ 40 e 45,00 por botijão. Isso indica o lucro de 100% sobre o preço na distribuidora.
O preço do gás de cozinha e combustível de veículo é uma incógnita para os consumidores. O sentimento é de que existe abuso por parte dos empresários do setor e cartelização.
Na Câmara Municipal já ocorreram audiências publicas para discutir o assunto e as explicações dadas pelos fornecedores do produto na cidade são de que o transporte entre Botucatu e a região de Campinas, onde ficam as distribuidoras aumenta o valor, devido a distancia.
Botucatu está 100 quilômetros mais perto de Campinas que Bauru, onde o valor está em R$ 65, conforme levantamento feito pela equipe de redação do jornal e site Leia Noticias.
O problema é reclamado também na rede de restaurantes da cidade. “O preço do gás na cidade é muito caro e a gente tem de repassar isso para o consumidor. Sobe o gás, subimos o valor da refeição”, afirmou Paula Oliveira, do restaurante Prato Feito, no centro da cidade.
A empresária conta que há algum tempo teve de subir duas vezes em dois meses o valor da refeição devido aos reajustes.
“Por consumir muito gás, consegui um desconto da distribuidora na entrega. Enquanto custa uma média de R$ 80 na cidade, estou recebendo o produto e pagando R$ 73,00. O problema é que o senhor que me faz a entrega já avisou que o preço vai subir de novo”, relatou. Ela compra sete botijões de gás por mês.
A empresária conta que está curiosa para saber o inicio do serviço de fornecimento de gás natural.
“Há algum tempo disseram que teríamos o gás natural na cidade, se o valor compensar, penso em instalar os encanamentos necessários no restaurante, pois é um absurdo o valor cobrado na cidade. Temos de buscar reduzir os valores”, observou.
A Gás Fenosa São Paulo, empresa que tem a concessão da cidade, já está fazendo a comercialização do produto encanado. Se o imóvel estiver na região com encanamento da rede, basta solicitar instalação no 0800 7722348.
Média de Preços de gás na região:
A Agencia Nacional do Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis divulgou a tabela de valores praticadas em cidades de São Paulo, onde o valor mais caro, depois de Botucatu é São Carlos (R$ 70,67) e São Bernardo do Campo (R$ 70,10). Os dados são referentes ao período de 22 a 28 de outubro. Botucatu não aparece na pesquisa depois da ANP ter mudado seu sistema de acompanhamento de preços.
Pardinho R$ 55,00
São Manuel R$ 57,00
Lençóis R$ 60,00
Pratânia R$ 65,00
Areiópolis R$ 65,00
Bofete R$ 68,00
Botucatu R$ 80,00

VEJA AQUI OS PREÇOS DIVULGADOS PELA ANP

(com jornal Leia Notícias)