Brasil segue com alta taxa de endividamento e inadimplência
Brasil segue com alta taxa de endividamento e inadimplência

A maioria dos brasileiros que fizeram empréstimos com instituições financeiras está no patamar de “endividamento de risco”. A informação foi noticiada no final de 2022, considerando constatações do próprio Banco Central. Os dados ainda afirmaram que a ascensão das fintechs, aos serviços financeiros digitais, fizeram com que os consumidores tivessem dificuldade para negociar com os bancos e quitar suas dívidas.

O Brasil é um dos países com mais da metade da população endividada e negativada em órgãos de proteção ao crédito. Cerca de 12,2 milhões de pessoas estão no patamar de endividamento de risco. O principal credor dessas dívidas são as instituições financeiras nas modalidades de cartão de crédito e empréstimo pessoal.

O país ainda conta com uma parcela considerável da população em situação de inadimplência com os bancos. Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 61,18%, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Para a advogada Mayara Brito, representante da assessoria financeira Nacional G3, todos esses fatores podem gerar um efeito cascata no mercado e afetar a economia como um todo, uma vez que brasileiros têm dificuldades em realizar compras e conseguir novamente o crédito com as instituições financeiras. “Na ânsia de conquistar objetivos, de forma imediata, para adquirir um bem, os brasileiros ficam inadimplentes e não possuem um planejamento financeiro a médio e longo prazo”, afirma.

Para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (COPOM), manteve a taxa Selic em 13,75%, a maior em 6 anos. Na ata de reunião enviada ao Congresso Nacional o COPOM justifica o receio de estimular o consumo e aumentar a inflação.

Juros aplicados deve ser ponto de atenção

A advogada Mayara Brito explica, ainda, que as taxas de juros aplicadas em contratos de financiamento bancário, por exemplo, podem extrapolar o razoável, o que é combatido pelo ordenamento jurídico brasileiro. “Em números, algo em torno de 1 a 3% a ser cobrado de juros. Em grande parte dos contratos de financiamento bancário encontramos taxas de juros superiores ao patamar razoável entre 6 e 12% ao mês”, exemplifica.

A profissional ainda faz um alerta sobre o processo de negociação de dívidas, que precisa ser feito de forma segura e integral, para evitar os riscos de fraude de correntistas.

Um país carente de educação financeira

Segundo o Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência, divulgado no final de 2022, cerca de 72% dos brasileiros afirmam não ter acesso a informação de qualidade sobre educação financeira.

A advogada da Nacional G3 comenta que a população não tem o hábito de poupar, de se planejar financeiramente ou ter um planejamento emergencial. “Entrar em uma situação de inadimplência por meios próprios pode ser irrecuperável, principalmente quando a dívida é feita com instituições financeiras que, ao fazer análise de crédito para conhecer o perfil do cliente, podem aumentar ainda mais os juros”, afirma.

Manter as finanças organizadas, colocar as contas em dia, realizar um planejamento estratégico e financeiro, saber o quanto recebe e o quanto pode gastar são algumas dicas, dadas pela representante da Nacional G3, que podem ajudar no controle das finanças pessoais. “É o mínimo para não entrar numa bola de neve de endividamento, ou até mesmo para quem já entrou na situação de inadimplência. É preciso considerar isso, pois educação financeira serve para toda a vida”, indica.

Para saber mais, basta acessar: www.nacionalg3.com.br