Mindfulness: prática auxilia no manejo da ansiedade
Mindfulness: prática auxilia no manejo da ansiedade

Segundo publicação realizada em janeiro no Jornal o Globo, a revista científica JAMA Psychiatry, realizou um estudo que comprova a eficácia da Prática de Mindfulness para o controle da ansiedade. Os resultados do estudo publicado apresentaram números que asseguram que o uso da medicação e a prática de Mindflulness são intervenções com eficácia semelhantes.

A prática de Mindfluness é a consciência da experiência no momento presente com aceitação e sem julgamento, em outras palavras quando se está consciente é possível experimentar o mundo como realmente é , e não apenas através das lentes do pensamento. Pensamentos são símbolos que representam a realidade, ou seja, formas de dar significado aquilo que se vivencia e não a realidade em si.

Os benefícios da prática de Mindfulness podem ser explicados por meio de sete características que representam os modos de viver no automático e na forma de atenção plena são: 

1. Piloto automático x escolha consciente

2. Analisar x sentir

3. Lutar x aceitar

4. Ver os pensamentos como reais x tratá-los como eventos mentais

5. Evitar x aproximar-se

6. Viagem no tempo mental x permanecer no momento presente

7. Atividades exaustivas x tarefas revigorantes

A prática de mindfulness, também conhecida como atenção plena, consiste em ter uma mente de iniciante, ou seja , estar aberto para aprender uma nova habilidade; cuidado com a  respiração de forma que seja percebida; olhar para dentro com afeto, como se o indivíduo fosse um melhor amigo; lidar com a  dificuldade que pode surgir durante a prática, pois como em qualquer treinamento a habilidade exigirá constância e comprometimento; preparação do ambiente onde se fará a prática; percepção do modo de viver, no automático ou em atenção plena ao momento presente, o aqui e agora; preparação para o despertar de um novo mundo, ou seja, novas perspectivas; observar a realidade e perceber como se apresenta; permanecer em uma postura livre de julgamentos durante a prática; constância e disciplina levam aos resultados indicados no estudo citado; expansão da consciência do momento presente para melhora dos pensamentos; extinção de  preocupação ou medo, pois é um treinamento que levará a conquista da prática correta.

Para a psicóloga Talita Padovan, o objetivo da prática é levar o indivíduo a ter uma consciência ativa de si mesmo, por meio da observação dos pensamentos, emoções e comportamentos que consistem também nas reações fisiológicas, como por exemplo, calor, taquicardia, tremor, sudorese, agitação interna e externa, dificuldade de concentração e pensamentos acelerados.

Um exemplo de prática simples para iniciantes e que poderá ser realizada sem ajuda guiada é a meditação de um minuto, que foi retirada do livro  Atenção Plena (Mindfulness): Como encontrar a paz em um mundo frenético”

1. Sentar-se ereto em uma cadeira com encosto reto.

2. Se possível, afastar um pouco as costas do encosto da cadeira para que a coluna vertebral se sustente sozinha.

3. Os pés podem repousar no chão.

4. Fechar os olhos ou abaixar o olhar.

5. Concentrar a atenção na respiração enquanto o ar flui para dentro e para fora do corpo.

6. Perceber as diferentes sensações geradas por cada inspiração e expiração.

7. Observar a respiração sem esperar que algo de especial aconteça.

8. Não há necessidade de alterar o ritmo natural.

9. Após alguns instantes, talvez a mente comece a divagar.

10. Ao perceber, traga a atenção de volta à respiração, suavemente.

11. O ato de perceber que a mente se dispersou e trazê-la de volta sem criticas é central para a prática da meditação da atenção plena.

12. A mente poderá ficar tranquila como um lago – ou não.

13. Ainda que se obtenha uma sensação de absoluta paz, poderá ser apenas fugaz.

14. Caso haja irritação ou tédio, perceber que essa sensação também deverá ser fugaz.

15. Seja lá o que aconteça, permitir que seja real.

16. Após um minuto, abre-se  os olhos devagar e observa-se o local novamente.

A psicóloga Talita Padovan, enfatiza que a prática de mindfulness, não é um modelo somente de relaxamento, mas que também pode gerar incômodo e sofrimento. Isso acontece devido às experiências vividas de cada indivíduo que inicia a prática, porém o incômodo e o sofrimento são passageiros, pois ao final da prática se obterá alívio e autoconhecimento.

Sendo assim, mindfulness pode proporciona um espaço mental e junto com o espaço mental vem a liberdade de escolher como lidar com uma situação. Significa que, quanto mais pratica-se estar atento e consciente do momento presente, mais oportunidades se tem para que se faça escolhas melhores para a vida, para o outro e para o contexto ao qual está inserido.