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De acordo com o ambientalista Luiz Carlos Cavalchuki, da ONG Rio Pardo Vivo, a construção da barragem de Botucatu vai impactar negativamente nos municípios mais próximos a Botucatu e também em Santa Cruz do Rio Pardo, onde fica a sede da entidade. Ocorreria, no entendimento do ambientalista e técnico ambiental da Sabesp, a redução do volume de água no leito do Rio Pardo. O prefeito Mário Pardini nega a redução de vazão.
A reportagem publicada no final de semana no Jornal ‘O Debate’, de Santa Cruz do Rio Pardo, revela que “todos os ambientalistas da região banhada pelo Rio Pardo, são contrários à construção da barragem, devido à redução do volume de água”. O tema teria entrado em pauta nas reuniões da Bacia Hidrográfica do Paranapanema.
“A nossa preocupação é justamente administrar a vazão do rio Pardo a partir da obra. Afinal, num espaço de 30 quilômetros a partir da barragem, os ribeirinhos vão sofrer muito com a diminuição da vazão”, explicou Cavalchuki ao jornal de Santa Cruz do Rio Pardo.
O ambientalista salientou que além da redução da água no leito do rio, abaixo da represa, haverá também a perda de água devido à evaporação da barragem que deve ser levada em consideração.
“O volume de água vai diminuir muito e a consequência ambiental será grande”, disse.
Luiz Carlos Cavalchuki observou que o projeto de barragem em Botucatu poderá comprometer principalmente os municípios mais próximos, como Itatinga, Cerqueira Cesar e Avaré.
O ambientalista destacou que as autoridades administrativas e ambientais de Pardinho e Botucatu não se preocuparam em preservar a bacia hidrográfica.
“Se Botucatu e Pardinho tivessem feito a parte deles, com a preservação da bacia hidrográfica e de áreas de proteção, não haveria necessidade de construção da barragem”, advertiu.
Pardini nega redução de vazão e garante que água vai ser garantida o ano inteiro
O prefeito Mário Pardini afirmou que todos os estudos necessários para a construção da barragem no Véu de Noiva foram analisados por diversas instituições e garante que não vai ocorrer redução de vazão ou desabastecimento de cidades banhadas pelo Rio Pardo. O prefeito estranhou o posicionamento do ambientalista, após tudo aprovado em órgãos de licenciamento no Estado de São Paulo e em Brasília.
Ele citou entre outras questões legais, as aprovações necessárias para a realização da obra pela Cetesb, Iphan, Arsesp e nos comitês de bacias, para demonstrar que não há irregularidades no projeto.
“Tudo foi aprovado nos principais órgãos de licenciamento do Estado”, destacou.
Sobre o risco de redução de vazão do Rio Pardo, prejudicando cidades próximas de Botucatu, Pardini reiterou que vai acontecer exatamente o contrário do que está sendo previsto pelo ambientalista.
” Vai acontecer exatamente o contrário do que o ambientalista está dizendo. Com a construção da Barragem, vamos manter o ano inteiro, nos 365 dias, a vazão atual do Rio Pardo na região que é de um metro cúbico por segundo. Em períodos de estiagem não é essa a vazão do Rio Pardo, isso é bem menor, quase um fio de água, como vimos no passado. Em períodos de estiagem, como a crise hídrica que tivemos em 2014 e 2015, não foi essa a vazão com certeza. Com a represa, na estiagem vamos manter o mesmo volume de água de um metro cúbico por segundo”.
Pardini ainda afirmou que a proposta de construção de poços artesianos profundos captando água do aquífero Guarani (um dos maiores reservatórios subterrâneos de água doce do mundo) não pode ser executada em Botucatu, devido à situação de a região ser o ‘repositório’ dessas águas subterrâneas.
“Alem disso foi comprovado que as barragens ainda são as melhores soluções para o abastecimento de grandes populações”. Observou. O prefeito Mário Pardini disse que a discussão sobre o assunto já está superada. “Esse tema foi aberto no ano passado e houve ampla discussão e tivemos todas as aprovações dentro da legalidade da obra”.





















