Silvia Fumes é secretária Municipal de Assistencia Social
Está aumentando a quantidade de pessoas mendigando nas vias publicas, pedindo auxilio para compra de alimentos, fraldas, botijões de gás e até pagamentos de contas de água e luz. Normalmente as pessoas que pedem nas vias publicam estão com crianças nos braços das mães ou pais e os locais preferidos para os pedidos são as vias comerciais e em frente a bancos e lotéricas.
Na semana passada a reportagem conversou com um senhor de 35 anos que estava pedindo ajuda para comprar um botijão de gás, em frente a uma lotérica na Avenida Floriano Peixoto. Ele explicou que vem recebendo doações de voluntários, mas não tem dinheiro para comprar o gás, que naquele dia tinha preço de oitenta reais, segundo informava.
“Tem umas moças que estão nos ajudando, mas o gás acabou e estou desempregado faz quase um ano e não tenho dinheiro para comprar e estou pedindo ajuda”, explicou. Questionado sobre o fato de estar com a criança no colo, explicou que ele dividiu as 3 filhas com a esposa, que também estava pedindo ajuda em outra lotérica, na Avenida D. Lucio, para comprar o botijão de gás.
A Secretária de Assistência Social Silvia Fumes Carvalho explicou que todos os serviços de doações de cestas básicas e outras necessidades das famílias em situação de vulnerabilidade continuam sendo feita. Ela ressaltou em conversa com a reportagem que diariamente cada CRAS da cidade tem em média, atendimento para aproximadamente 80 famílias.
“Temos atendido até com certa folga em determinados horários a população em dificuldade, todos os dias. Diariamente fazemos o atendimento normalmente, não houve aumento além daquelas que já estavam recebendo e com poucos casos novos. Temos feito horários de agendamento tanto para atendimento das famílias em situação de risco como na distribuição de produtos em todos os CRAS espalhados pela cidade”, garante.
Apesar da distribuição de cestas básicas para famílias em vulnerabilidade econômica e social, inclusive aquela criada pela administração com reforço de itens com proteína conforme o decreto municipal, a secretária reconhece que existem alguns itens que não são distribuídos pela prefeitura.
Gás, água e energia não tem previsão legal de auxilio na atual legislação e se a prefeitura fizer esse tipo de auxilio, o Município poderá ser penalizado e os gestores processados com base na Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Estamos distribuindo todos os dias cestas básicas completas, com mais proteína, diferenciada das que normalmente distribuímos, mas a legislação não permite que destinemos recursos para compra de botijão de gás, pagamento de água, energia e telefones, por exemplo,”, adianta. “Mas isso não impede que a pessoa com problema procure os nossos técnicos e assistentes sociais e explique a situação. Não forneceremos o gás, por exemplo, mas temos condições de pedir auxilio para grupos de voluntários ou mesmo ampliarmos a entrega da cesta básica para que a pessoa em dificuldade use o dinheiro que tem para compra do gás. Quando nós procuram com esse problema temos buscado soluções”, afirmou.
A secretária avalia que o aumento de pessoas mendigando em vias publicas está relacionada com a crise econômica que já existia e com o fato novo, a desaceleração econômica promovida pela crise sanitária. “Era esperado o aumento de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e estamos trabalhando para enfrentar esse problema. Quem estiver com dificuldades, pode procurar uma das unidades dos CRAS espalhados na cidade e pedir auxilio”, a firmou Silvia Carvalho.