A II Mostratudo Paratodos promove, no Teatro Municipal, a primeira mostra de documentários botucatuenses em comemoração aos 168 anos da cidade

Este ano Botucatu comemora seus 168 anos de fundação e o CINECLUBE PARATODOS  realiza a segunda edição da MOSTRATUDO PARATODOS, que este ano será com documentários dirigidos e produzidos por botucatuenses.

Serão seis filmes que contam e mostram um pouco mais sobre a cidade em diferentes momentos de sua história. Desde a construção das estradas de ferro em Vitoriana, contadas pela Chada, dona de um bar no distrito rural até a construção da Catedral. 

Alcides Nogueira, Dom Zioni, Chada de Vitoriana, Hernani Donato, Raul Torres. Filhos da terra contam suas histórias e sua relação com as ruas e com a história de Botucatu.

Projeto contemplado pelo edital municipal PIPA – Programa de Incentivo a Produção Artística, a II Mostratudo exibe parte do “Projeto Memórias” uma série de documentários sobre botucatu que foram produzidos pela extinta produtora Torta Digital em parceria com a Prefeitura Municipal em 2005.

“Esses documentários foram exibidos à população apenas na época de sua produção. Nada mais significativo do que resgatá-los, digitalizá-los e exibí-los agora no aniversário da cidade”, diz Isabela Silva, fundadora do Cineclube e produtora da Mostra.

O Paratodos nasceu em 2005 quando um grupo de amigos resolveu reunir pessoas para assistir filmes fora do circuito comercial. O grupo foi aumentando ao ponto de fundarem uma associação com o principal objetivo de promover debates que pudessem, através do cinema contemporâneo e latino-americano, preferencialmente urbano, levantar questionamentos a respeito da vida e do mundo em que vivemos em sessões com público de todas as idades. 

“Na época de sua fundação, com apoio da Secretaria de Cultura e a Associação Paulista de Medicina, realizamos a I Mostratudo Paratodos com a participação de Anselmo Duarte, diretor do longa brasileiro premiado em Cannes, “O Pagador de Promessas”, também no Teatro Municipal. Foi incrível”, lembra a cineclubista.

Depois de um período de recesso, no final de 2021 o Cineclube Paratodos retomou suas sessões presenciais a convite da Associação João de Barros, exibindo filmes para o público infanto juvenil na sede da associação no jardim Maria Luiza, em parceria com o Cineclube Bem te vi. Em 2022, em parceria com a mesma associação, produziu o LAJE Audiovisual Paratodos: Capacitação de Multiplicadores em Educação Audiovisual. As atividades da capacitação aconteceram na Sala de Oficinas da Pinacoteca Fórum das Artes. Os módulos foram conduzidos por professores e pesquisadores do Laboratório de Estudo e Criação em Arte e Educação da Universidade Federal de São Carlos (LabCriarte/UFSCar). 

“Depois de ter saído de Botucatu estudar cinema, voltei no início da pandemia e soube da existência do Cineclube Paratodos. Entrei em contato com a Isabela e iniciamos nossa parceria. Eu a frente dos trabalhos da Associação João de Barro e ela do Paratodos. Este já é nosso segundo projeto juntos e agora os dois tocamos as atividades quinzenais do cineclube”, conta Pedro Barroca, produtor da Mostra.

Após as exibições serão realizadas mesas de debate com convidados diferentes em cada uma delas.

“As mesas serão diversas e a conversa muito descontraída com a participação do público, da mesma maneira que acontecem as sessões regulares. Outra curiosidade sobre esses filmes é que a tecnologia da época era o DVD, pasmem! E foi por conta da Mostra que vamos conseguir resgatá-los e digitalizá-los. Agora sim estão eternizados de maneira digital sem perigo de perda.”, diz Pedro, produtor responsável pela digitalização e legendagem dos filmes.

Destaque:

Acessibilidade – todos os filmes estarão legendados (OC – Opened Caption), que são as legendas abertas, aparecendo de maneira automática. Durante os debates teremos a presença de um intérprete de libras.

Programação:

DIA 21/04

Às 18 horas

A Nossa Botucatu de Hernani Donato

Um historiador, um memorialista. Membro da Academia Paulista de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico, o escritor, historiador, jornalista, professor, tradutor e roteirista Hernani Donato, registrou com sua poética particular os vários momentos de transformação que passava a chamada “Boca do Sertão”. Assim, ele nos revela as nuances de todo um século de história da cidade, rememorando episódios e revelando perspectivas de uma sociedade cuja mentalidade estava em plena mutação. 

Às 19h30

Água de Piscina

O final efervescente da década de 60 com revoluções culturais e de costumes eclodindo por todo mundo, teve em Botucatu uma testemunha notável. O escritor, dramaturgo e novelista da Rede Globo, Alcides Nogueira, tece com seu olhar aguçado e cinematográfico a narrativa desse momento singular da história, a partir da perspectiva de um jovem do interior paulista que sintonizava tudo o que acontecia de novo no mundo. Botucatu também não seria mais a mesma.

Às 21 horas

Mesa de abertura

“Memória e identidade: políticas de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial” Com a presença da historiadora Corina Moreira e Kalyell Ventura, cineasta e produtora cultural.

Corina Moreira é mineira, historiadora, especialista em História do Brasil, e mestre e doutora em Ciências Sociais. Foi professora de História na Educação Básica. Atualmente atua como cientista social nas políticas de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, há mais de 15 anos, com dedicação especial e atenção às questões relativas à memória, identidade e história oral.

Kalyell Ventura é cineasta e produtora cultural. Bacharel em cinema pela Universidade Federal do Ceará e mestranda em políticas públicas pela INSPER. Atualmente está à frente das atividades realizadas pelo Coletivo Cultural Rubião Junior em Botucatu. 

DIA 22/04

Às 18 horas

Bar São Francisco de Chada

Anunciadina Grande era a dona do bar no distrito de Vitoriana, a meio caminho entre Botucatu e seu balneário, o Rio Bonito. Conhecida por todos como Chada, representava a encarnação da “mulher à frente de seu tempo”. Destemida, enérgica, moderna (a primeira a ousar usar calças compridas) e colecionadora de um rosário de amizades, ela foi responsável por ajudar a maior obra da época no interior paulista: a represa da Barra Bonita.

Às 19h30

Toca Raul

O compositor e cantor Raul Torres foi talvez um dos maiores expoentes da música caipira.

Em uma época em que o rádio ditava as modas, as canções de Raul Torres, orgulhoso botucatuense, ganhavam as ondas e faziam o sucesso que abriram as portas para o sertanejo atual. Com as memórias de Inezita Barroso, Tinoco, Pedro Bento e Zé da Estrada, Renato Teixeira e muitos outros, a história desse nome da música brasileira vai sendo contada entre lembranças particulares, registros notáveis e toda admiração por um artista cuja memória deve ser preservada.

Às 21 horas

Mesa de debate com Diane Diercks, professora e historiadora e Osni Ribeiro, violeiro botucatuense.

Diane Dierckx é formada em História pela UNESP, trabalha há vinte anos como professora de ensino fundamental, médio e pré-vestibular. Atualmente atua como professora de História no ensino fundamental II no centro educacional de Botucatu da rede de ensino do Serviço Social da Indústria – SESI, onde leciona há dezenove anos.

Osni Ribeiro é violeiro, compositor e apaixonado pela música e cultura caipira. Com mais de 30 anos de carreira, está lançando novo álbum – Cantigas de Andar – com trabalhos autorais em diversas parcerias que passeiam por linguagens e regionalismos. Desenvolve projetos de pesquisa e difusão da música paulista, com ênfase na música caipira.

DIA 23/04

Às 17 horas

Uma casa Catedral

A construção da Catedral de Botucatu foi a aventura de toda uma cidade.

Os depoimentos dos cidadãos contemporâneos a ela nos fazem entender como cada tijolo carregou um sonho e como os alicerces foram sólidos o suficiente para erguer suas obstinadas torres.

Mas é o depoimento de uma personagem especial que se destaca. A sacristã Emília, que frequenta a Catedral há várias décadas e cuja história de vida faz um contraponto curioso com esse monumento religioso, cartão postal da cidade.

Às 18h30

Memento

Era o Regime Militar. Botucatu já contava com sua Faculdade de Medicina e os alunos protagonizavam os movimentos rebeldes que colocavam a cidade nas manchetes dos jornais. Contrastando com essa atmosfera, Dom Zioni, considerado extremamente conservador pelos padres da arquidiocese, foi indicado para ocupar a cátedra de Sant’Ana no Arcebispado da cidade. Assim, Botucatu entra para a história do Vaticano como a primeira cidade a registrar uma greve de padres. As memórias de D. Zioni testemunham a sua visão sobre os fatos que sacudiram a cidade e dos quais ele foi o principal protagonista.

Às 20 horas

Mesa de debate com Marco Aguiar, professor e historiador e Zilton F. Salgado, filósofo e professor. 

Marco Alexandre de Aguiar, doutor em História pela UNESP de Assis. Autor do livro “Botucatu: Imprensa  e Ferrovia”.  No magistério há 32 anos, trabalha na Diretoria de Ensino de Botucatu,  como professor especialista de currículo.  Leciona na UNIFAC Associação de Ensino de Botucatu.

Zilton F. Salgado estudou Filosofia na Universidade Estadual Paulista e pós-graduação na Universidade Presbiteriana Mackenzie nas áreas de Língua e Literatura Portuguesa e Inglesa. Estudou Teologia na faculdade do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Pesquisa, principalmente, as interseções entre a construção dos discursos teológicos e a apreensão das identidades LGBTQIA+. Nas duas últimas décadas tem se dedicado ao ensino, atuando, sobretudo, no âmbito de escolas internacionais e/ou bilíngues, em São Paulo. Mais recentemente, contribuiu com programas de formação de professores nos estados do Ceará e Santa Catarina. 

Produtores da Mostra

Isabela Silva é publicitária e produtora cultural. Em Brasília, coordenou o 2º Festival Macapá de Cinema e Vídeo, fez parte da equipe de produção do 40º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e foi assistente de produção e figurino na produtora Asacine, fazendo trabalhos para a TV Escola.

Foi produtora do Mapa Cultural Paulista, de 2009 até a extinção do programa em 2016. Em Botucatu presidiu o Conselho Municipal de Cultura e o Cineclube Paratodos, coordenou o Ponto de Cultura da Associação Arte e Convívio e organizou o encontro regional de pontos de cultura na cidade. É produtora independente trabalhando com diversos grupos: Cia de Teatro Chafariz,  Coletivo OCO e Cineclube Paratodos. Escreveu o projeto “Andanças com a Sinfônica” para a APAE de Botucatu, sendo selecionado pelo PROAC 2022.

Pedro Barroca é pedagogo, gestor e produtor cultural. Responsável pela Do Absurdo, produtora que atua com foco na realização de projetos audiovisuais e é idealizador do LAJE, projeto focado em educação audiovisual. Hoje habita e desenvolve seu trabalho em Botucatu, no interior de São Paulo. Desde 2021 é Coordenador de Projetos na Associação Comunitária João de Barro onde atua também na coordenação pedagógica de projetos de arte-educação (Bem Te Vi Cultural). Também desde de 2021 é produtor associado do Cineclube Paratodos.

Local:

Teatro Municipal Camilo Fernandes Dinucci

Praça Coronel Rafael de Moura Campos, 27 – Centro – Botucatu

Telefone (14) 381-1489

Informações:

Facebook: cineclubeparatodos.botucatu

Instagram: @cineclubeparatodos