A Embraer anunciou nesta sexta-feira (13) o primeiro voo de seu avião elétrico. A aeronave foi construída na unidade de Botucatu e o experimento do voo ocorreu na unidade de Gavião Peixoto, em São Paulo, como mostra vídeo publicado pela empresa em suas redes sociais.

O anúncio faz parte do novo plano de metas de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG, no acrônimo em inglês), em que a fabricante estabelece uma série de compromissos com operações neutras em carbono até 2050 e oportunidades de trabalho para grupos minorizados. Nesse contexto, a companhia anunciou o primeiro voo de sua aeronave elétrica.

“Estamos intensificando nossos esforços para minimizar nossa pegada de carbono ao permanecermos dedicados a soluções inovadoras que tenham um impacto mais amplo para nossos clientes, comunidades locais e nossas aeronaves”, disse Francisco Gomes Neto, presidente da fabricante brasileira na apresentação das novas metas de governança.

 

Avião Elétrico divulgado pela Embraer

 

Desenho de 2010, feito pelo botucatuense Leonardo Paiva, em concurso da Embraer

 


O desenho de uma criança de Botucatu ganhou asas

Um fato que chama a atenção é que há 11 anos, no ano de 2010, um jovem de Botucatu, chamado Leonardo Rodrigues Paiva, com apenas 7 anos, venceu um concurso de desenho da Embraer, em comemoração aos 40 anos do primeiro voo do avião Ipanema. Léo, que é filho de Luciano Paiva, funcionário da Embraer, desenhou um “Ipanema Elétrico”, modelo muito semelhante ao que foi lançado na sexta-feira, 13, mais de uma década depois.

“Ele foi um visionário. Em 2010, o Léo, na época com 7 anos, hoje com 18, foi um dos ganhadores do concurso de desenhos na Embraer. Ele foi muito feliz em seu desenho, pois fez um Ipanema Elétrico e hoje, onze anos depois, seu desenho ganhou asas com muita energia. Foi realizado o voo do primeiro avião elétrico no mundo. Estou orgulho demais”, destacou Luciano, pai de Léo.

Quando venceu o concurso, Léo Paiva ganhou uma miniatura do avião Ipanema e uma publicação em um revista internacional especializada em aviação.

Em seu desenho, Léo justificou que o motivo do avião elétrico seria a economia de energia e não poluir o meio-ambiente. Exatamente o que visa hoje a Embraer, com seu primeiro avião elétrico.

“O ESG está no centro do propósito da Embraer e é por isso que o incluímos como um dos pilares do nosso plano estratégico ‘Fit for Growth’, alinhando a estratégia de negócios com a responsabilidade social e as práticas ambientais.”, explica a empresa.

Além de neutralizar as emissões poluentes de suas atividades industriais até 2040, a Embraer também planeja alcançar emissões líquidas zero de carbono em suas aeronaves até 2050. Para alcançar esse objetivo, a fabricante informou que desenvolverá uma “ampla gama de produtos, serviços e tecnologias sustentáveis”, incluindo veículos com motorização elétrica e híbrida, o uso de SAF (Combustível Sustentável para Aviação) em voos de demonstração de jatos executivos e a aplicação de fontes de energia alternativa, como o hidrogênio.

Segundo Luís Carlos Affonso, vice-presidente sênior de engenharia, desenvolvimento de tecnologia e estratégia corporativa da Embraer, a fabricante pretende iniciar os testes de voo com uma aeronave movida a hidrogênio em meados de 2025.

O executivo também confirmou que, recentemente, foi realizado o primeiro voo do demonstrador com motor elétrico da Embraer, um protótipo baseado no avião agrícola EMB-203 Ipanema projetado em parceria com a WEG e a EDP Energias do Brasil.

“O primeiro voo de uma aeronave é sempre um marco importante, e a decolagem do nosso primeiro avião elétrico de zero emissões simboliza também a relevante contribuição das nossas equipes e parceiros para a transição energética do setor”, disse Affonso.

 

 

Avião elétrico da Embraer realizou o primeiro voo nesta sexta-feira, 13

 

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