Capacitação foi dirigida a técnicos do CDA e SAA do Estado de São Paulo

A Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, promoveu o treinamento teórico-prático de identificação da cigarrinha-do-milho, Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae) e dos molicutes associados (microorganismos patogênicos que sobrevivem apenas na cultura do milho e são disseminados, de planta em planta, pela alimentação da cigarrinha) para os técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) do Estado de São Paulo. Um grupo de 25 técnicos participou do treinamento.

O treinamento foi ministrado pelo professor Edson Luiz Lopes Baldin, do Departamento de Proteção Vegetal da FCA e diretor da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) e pelo doutorando Rodrigo D. Faria e constou de duas etapas. Na primeira, realizada na sede da Fepaf, foram compartilhados conhecimentos teórico-praticos quanto aos aspectos bioecológicos da cigarrinha-do-milho, reconhecimento dos patógenos transmitidos, como o complexo dos enfezamentos (doenças causadas pela infecção da planta pelos molicutes) e o vírus causador da doença conhecida como risca do milho, bem como técnicas de amostragem e manejo do inseto vetor. Na sequência, foi realizada uma atividade prática em área de produção de milho na Fazenda Experimental de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE-Lageado), para o reconhecimento das diferentes formas (adultos e ninfas) da cigarrinha-do-milho e dos enfezamentos do milho.

A cigarrinha-do-milho tornou-se praga-chave na cultura do milho em diversas regiões produtoras do Brasil, devido à transmissão de bactérias da classe Mollicutes [Spiroplasma kunkelli Whitcomb (CSS) e Candidatus Phytoplasma asteris (MBSP)], causadores dos sintomas de enfezamento no milho. Uma vez presente nas plantas, o enfezamento do milho tem o potencial de ocasionar perdas de até 70% na produtividade, dependendo do grau de suscetibilidade da cultivar. A associação de diferentes técnicas de manejo é fundamental para reduzir a presença da praga no campo e, consequentemente, diminuir o índice de transmissão dos patógenos. Adicionalmente, busca-se por fontes de resistência ao inseto e os patógenos associados, além de novas alternativas de controle químico.

O treinamento realizado faz parte de uma série de ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que visam o delineamento da doença nas principais regiões produtoras de milho do país. O objetivo maior é promover o monitoramento do inseto nas lavouras, permitindo o diagnóstico e dimensionamento adequados, subsidiando eventuais medidas que possibilitem reduzir ou evitar os prejuízos causados pelos organismos.

 

Assessoria