A saúde é o maior patrimônio do homem. Pensando na manutenção da qualidade de vida e bem-estar masculinos, o mês de novembro é dedicado à conscientização e prevenção do câncer de próstata, neoplasia mais comum que atinge homens de todas as classes sociais.

De acordo com o médico urologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB|Unesp), Dr. Carlos Márcio Nóbrega de Jesus, são 64 mil novos casos por ano no Brasil. “Por ser um tipo de câncer comum, o índice de mortalidade acompanha essa frequência”, diz.

Ainda segundo o especialista, três fatores costumam ser determinantes para o surgimento do câncer de próstata: genética, ambiente e estilo de vida (sedentarismo). “Quando a pessoa tem um parente, de 1º grau, que tem ou teve câncer de próstata, a chance de este indivíduo ter a doença é duas vezes maior que a população em geral”, pontua.

Quanto ao fator ambiental, Dr. Nóbrega explica que o ritmo de vida de uma parcela significativa da sociedade pautado por uma alimentação pobre em fibras e rica em alimentos processados ou ultraprocessados favorece o aparecimento da doença. “Há uma desestabilização das células prostáticas e isso pode alterar o DNA das células ao longo do tempo”, lembra.

Tratamento

O tratamento é variável e depende do momento em que é feita a identificação da doença. “A cura é mais fácil de ser alcançada quando o tumor está contido dentro da glândula”, lembra. Nestes casos, o urologista explica que pode haver a retirada total da próstata ou a radioterapia externa para o tratamento local.

Quando o estágio é mais avançado, “a chance de cura diminui muito, daí a importância do diagnóstico precoce”, diz o médico. Nestas situações também se recorre à radioterapia, uso de hormônios e quimioterapia. Cada caso é avaliado pelos especialistas para saber qual alternativa se deve recorrer.

Novembro Azul

A campanha anual tem o objetivo de sensibilizar e conscientizar a população masculina em relação aos cuidados com a saúde e prevenção de doenças. “A conscientização do homem está acontecendo”, afirma Dr. Nóbrega.

Por se tratar de uma doença que não emite sinais no seu estágio inicial, a identificação do câncer de próstata requer a realização de dois exames que devem ser feitos anualmente.

“O exame retal digital (toque retal), que é quando o médico consegue perceber alterações na próstata, e um exame de sangue (PSA), que identifica uma proteína exclusiva da próstata. A elevação desta proteína no sangue sugere acompanhamento e talvez a realização de biópsia para fechar o diagnóstico. É importante ressaltar que o fato de o PSA estar elevado não significa necessariamente que o paciente tem câncer de próstata”, diz o especialista.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que o toque retal seja feito a partir dos 50 anos de idade, nos casos em que não existe histórico familiar. “A avaliação anual (toque retal e PSA) é necessária, pois pode haver mudanças de um ano para outro”, finaliza Dr. Nóbrega.