Um garoto de apenas 11 anos chamou a atenção de socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Botucatu pela desenvoltura em salvar a mãe diabética em uma emergência médica, com a realização de vários procedimentos enquanto o socorro não chegava.

A aventura de Giulio Cassio começou no último fim de semana, quando ele se deparou com a mãe, a auxiliar de enfermagem Giuliana Paola Martin do Amaral, desmaiada em casa. A mulher é diabética e perdeu os sentidos durante uma crise de hipoglicemia.

A mulher conta que convive com o diabetes há 30 anos e que, por isso, seu único filho já está acostumado a vê-la tendo crises.

A mais recente delas aconteceu no último fim de semana. Com a queda da taxa de açúcar no sangue, Giuliana desmaiou. Foi quando o filho, sozinho, resolveu ligar para o Samu e pedir ajuda.

Os atendentes chegaram a pensar que se tratasse de mais um trote, geralmente passado por crianças. Mesmo assim, a funcionária pediu informações básicas ao garoto, como se a mãe respirava e se ela tinha algum problema de saúde.

Diante das confirmações passadas pelo menino, a viatura foi acionada e a orientação do serviço foi que a criança apenas “aguardasse a chegada da viatura”. Mas Giulio não se limitou a esperar.

A auxiliar de enfermagem conta que o filho, ao perceber que ela não respondia porque estava desacordada, fez ele mesmo o exame de ponta de dedo, que resultou na taxa de 27 (muito baixa).


Menino fã do Samu faz primeiros socorros para salvar a mãe até a chegada da ambulância — Foto: Reprodução/TV TEM

 

Diante do resultado do exame, ele mesmo tomou a iniciativa de desligar a bomba de insulina que a mãe usa para evitar que o medicamento seguisse sendo injetado no organismo da mulher.

Além disso, o garoto tomou outras iniciativas que foram fundamentais para agilizar o atendimento da mãe. Uma delas foi que Giulio mobilizou seus colegas de bairro para que todos apontassem a localização exata da casa dele assim que a ambulância do Samu chegasse à região.

Além disso, o menino providenciou a colocação de focinheiras nos cães de grande porte que a família possui, e que poderiam atacar os socorristas do Samu.

Socorristas do Samu Carlos Costa e Emerson Ribeiro  — Foto: Reprodução/TV TEM
Socorristas do Samu Carlos Costa e Emerson Ribeiro — Foto: Reprodução/TV TEM

 

Giulio cursa o sexto ano do ensino fundamental e é um aluno dedicado, segundo a mãe. Em casa, diz ela, ele exercita a paixão que possui por carros.

Mas o carrinho favorito é justamente uma viatura do Samu que ele ganhou de presente quando tinha apenas dois anos. Mesmo com a pouca idade, Giulio já sabe que, quando crescer, quer ajudar a salvar mais vidas.

“Ele foi um herói, o menino tem todo o perfil de um socorrista, ele pode ser considerado um socorrista mirim”, afirma Carlos Costa, um dos socorristas que atendeu a ocorrência.

G1