O professor de ciências que pretende pedalar 15 mil km passando por várias cidades do Brasil e cinco países da América do Sul chegou nesta semana na região centro-oeste paulista. Brunno Magalhães saiu de Goiás no fim de janeiro com destino a Lima, no Peru, onde a viagem deve terminar somente no ano que vem. O objetivo é produzir material para videoaulas que serão usadas em escolas públicas. No momento ele está na Barra Bonita, mas o próximo destino do professor é Botucatu.
O ciclista já passou por quinze cidades. O trajeto do professor, em cima da bicicleta que pesa em torno de 45 quilos, começou em Bela Vista (GO), passando por Minas Gerais, em seguida chegou à São Paulo, e passará ainda pelo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e termina o roteiro em Lima, no Peru.
Nas cidades que visitar, o professor pensa em transformar paisagens e curiosidades em materiais de vídeo e texto para o projeto de educação. História, Geografia e Biologia são as matérias que pretende abordar.
“Coleto informações sobre biomas, biodiversidade, sobre a parte histórica também e divulgo dentro das escolas. A ideia é justamente criar um banco de dados que pode ser usado tanto para o fundamental quanto para o ensino médio, não só agora mas para os próximos anos também”, disse Brunno em entrevista.
O projeto já multiplica conhecimento, pois se antes o professor dava aula para 150 alunos em sete turmas, após a idealização da viagem, 16 escolas se inscreveram no projeto, o que corresponde a mais de seis mil estudantes da rede pública.
“Na pandemia precisamos reinventar a forma de dar aula. Nós professores fomos pegos de surpresa, então qualquer incentivo nesse sentido de divulgação científica e de produção de conteúdo é um grande feito”, afirma.
Em Barra Bonita (SP), no centro-oeste paulista, Brunno tinha a pretensão de ficar por apenas um dia, mas se encantou com a cidade. O Rio Tietê foi um dos principais pontos que chamou a atenção do professor.
“O que eu vi primeiro aqui foi o Rio [Tietê], fiquei surpreso com a preservação, com a biodiversidade do local e com a receptividade das pessoas. Pude conhecer o memorial Tietê, a parte histórica do museu. Então, aqui, tinha muito mais coisas do que eu imaginava. Fui abraçado por Barra Bonita. É uma forma de divulgar para a própria população local sobre as riquezas da cidade”, lembra.
Para conseguir colocar em prática o projeto, o professor saiu do emprego e vai passar um ano na estrada, graças à ajuda de voluntários. Entre eles está Janaína Cescato, jornalista e diretora do Museu de Barra Bonita que orientou e apoiou Brunno com hospedagem e registro da passagem do professor pelo município.
“É uma expedição, é um projeto que ele conhece in loco para passar de forma didática aos alunos. Então, é muito interessante, a gente só tem que apoiar projetos como esse”, comenta Janaína.
Segundo o professor, o primeiro vídeo deve sair em março sobre Mata Atlântica e recursos hídricos: uma ideia que surgiu no passeio à cidade do interior paulista por conta do rio. O próximo destino de Brunno, ainda no centro-oeste paulista, é em Botucatu (SP).
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