O Ministério da Ciência Tecnologia e Comunicações homenageou em seu site na semana passada a memória do geofísico botucatuense Junior Torres de Castro, que lançou um satélite próprio, no inicio dos anos 1990, com ajuda da Agencia Espacial Europeia (ESA), na Guiana Francesa. Junior Torres faleceu no ultimo dia 17 de janeiro em São Paulo.
O DOVE – que também significa “pomba” em inglês – teve uma vida útil estimada em 6 anos, mas operou até 1998, quando sua bateria descarregou e o computador de bordo sofreu uma avaria.
Na época, Torres ganhou notoriedade e foi convidado pela NASA para assistir o lançamento do ônibus espacial Atlantis. Foi – pelo lançamento do satelite – um dos poucos brasileiros a ser cotado para o Prêmio Nobel da Paz.
Junior Torres dedicava-se por hobby à eletrônica e comunicação via satélite. Antes de ser famoso pela façanha de ter um satélite de comunicação, Junior Torres era conhecido em todo o mundo pelo hobby de radioamador e pelos equipamentos de PY e PX que colecionava, em sua residência em São Paulo.
Segundo a reportagem veiculada no site do Ministério das Comunicações, “Essa é a história de um brasileiro que inspira, de quem correu atrás de seus sonhos e ainda se preocupou em tornar o mundo um lugar melhor. Faleceu na última semana, no dia 17 de janeiro, aos 85 anos, o geofísico Júnior Torres de Castro”, revela o site do Ministério das Comunicações. “Natural de Botucatu (SP), o pesquisador ficou conhecido internacionalmente por ser a primeira pessoa física – e a única, até hoje, que se tem notícia – a lançar um satélite próprio. Batizado como DOVE-OSCAR 17, o equipamento, que acaba de completar 28 anos de seu lançamento, também foi o primeiro do Brasil dedicado ao radioamadorismo”.
Segundo a reportagem, o “desejo te ter um satélite próprio começou em 1957, quando a União Soviética lançou o Sputnik, dando o primeiro passo da Era Espacial. Castro, então com 24 anos, conseguiu captar os sinais do equipamento e, a partir daí, nutriu a vontade de construir um para si participando de diversos congressos e cursos nos Estados Unidos e na Europa. Ele lembrava que, no início, se sentia um “peixe fora d’água” e era visto com desconfiança. Porém, com muita determinação, foi ganhando experiência e prestígio junto à comunidade científica internacional”.
Botucatuense religou satélite russo da Terra
Quase 20 anos depois Castro comandou a construção do Little Brick, ou Tijolinho, o primeiro modelo de seu satélite feito com componentes de mercado adquirido na Santa Ifigênia, conforme afirmou em uma entrevista há muitos anos na Radio Municipalista, emissora que teria ajudado Emilio Peduti, dando opiniões sobre equipamentos.
Embora seu satélite funcionasse na Terra, a máquina não poderia ser colocada em órbita, pois a estrutura não suportaria a pressão atmosférica durante o lançamento. Em 1977, ele e seu projeto participaram de um congresso na The University of Utah, onde pode fazer uma demonstração, diz a reportagem .
Em entrevista na Rádio Municipalista, Junior Torres lembrou que nos anos 1980 teria ajudado a Agência Espacial Russa (na época URSS), a recuperar um satélite perdido logo depois de seu lançamento, devido a problemas de comunicação. O problema foi resolvido através do grupo mobilizado por Torres, usando equipamentos de radio amador
“Concluído o projeto de satelite pessoal, o DOVE (um microssatélite semelhante a um tijolo), medindo 23 cm de largura e comprimento, por 21 cm de altura e pesando quase 13 kg. O lançamento ocorreu no dia 21 de janeiro de 1990, a partir da base espacial de Kourou, na Guiana Francesa”, divulgou o MC,
Entre as funcionalidades do DOVE, mensagens de crianças de diversas partes do mundo que pediam a paz entre os povos. “Eu nasci e cresci no meio da guerra. Vi a violência e muita gente morrendo. Senti medo, muito medo. Não queria ver o ódio nunca mais. O que eu quero é que a humanidade viva em paz”, dizia a gravação de um pequeno vietnamita, transmitida pelo satélite de Castro, informou o site do Ministério das Comunicações.
(com informações do Leia Noticias e Ministério das Comunicações )
