A Secretaria Municipal de Cidadania do Rio entrou nesta segunda-feira (19) com uma notícia-crime contra o cantor Latino por intolerância religiosa. A denúncia foi feita na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

O secretário da pasta, Átila Nunes, afirma que o artista estimulou a intolerância religiosa ao acusar adeptos de religiões de matriz africana pela morte do seu macaco, em 2018.

A acusação teria sido feita durante entrevista para um podcast na última quarta-feira (14). Um trecho da declaração do artista foi reproduzido no ofício:

“Nessa parada de centro espírita, nesse bagulho de macumba, os caras fazem trabalhos pesados pra infernizar a vida do outro. E aí fizeram um trabalho, sei lá, de ebó… Sei lá que p* que chama essa m* de ‘macumbaria’”, disse Latino.

Para Nunes, a declaração do artista é “uma clara violação à liberdade religiosa”.

”É lamentável que uma pessoa pública use o seu espaço na mídia para propagar uma mensagem preconceituosa e que contribui para alimentar a intolerância contra as religiões de matriz africana. Não podemos ignorar o que aconteceu ou normalizar uma ofensa à crença do próximo”, afirmou o secretário.

Intolerância religiosa é crime. O código penal estabelece aplicação de multa e detenção de um mês a um ano para quem escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa.

O caso está sendo investigado pela polícia.

O que diz o cantor

A assessoria do cantor informou que ele não vai se posicionar até que seja feita uma intimação oficial relacionada ao caso.

Em postagem nas redes sociais, Latino divulgou uma entrevista ao jornal O Dia onde afirma que não teve a intenção de desrespeitar a religião de outra pessoa e pede desculpas pela fala.

 

Fonte: G1