Embora em 2020 a agenda cultural dos acadêmicos de Botucatu fosse ampla, por conta da pandemia essas atividades foram todas suspensas. Entretanto, a presidente da Academia Botucatuense de Letras (ABL), professora Carmen Sílvia Martin Guimarães encaminhou mensagem natalina aos associados e amigos, agradecendo a quem cooperou para que a instituição “caminhasse e crescesse em prol do bem comum”.
“Que neste Natal possamos entender, uma vez mais, a beleza do renascer do Deus Menino. Ele que cresce diariamente, anualmente, em nossos corações, nos dê a força e a alegria para prosseguirmos e levarmos avante a nossa missão de acadêmicos. Que Ele nos dê saúde, sabedoria e fraternidade”, escreveu a presidente. “Conto com a sua colaboração mais intensa no próximo ano, quando já estaremos em nossa nova sede, o Centro Cultural, onde a ABL nasceu”, acrescentou numa referência aos seus confrades e confreiras.

Ano caótico

Carmen Sílvia refletiu sobre as dificuldades enfrentadas em 2020: “Neste ano ímpar, neste ano caótico para a humanidade, neste ano em que nossos abraços e apertos de mãos se distanciaram, neste ano em que tínhamos planos vários para a ABL, e todos se silenciaram. Mas neste ano, ainda de esperança, vemos o sol nascer e se pôr e a lua surgir e dormir! Neste ano, ainda enfeitado pelas flores da primavera, vemos que elas não nos abandonaram! Neste ano, nossos animaizinhos de estimação nos afagaram com sua presença. E neste ano, poderíamos nos questionar: – Não vai haver Natal?”
De forma poética a presidente da ABL transcreveu uma sábia resposta escrita pelo padre Javier Leoz, pároco de San Lorenzo, Pamplona, Espanha, o qual, no último dia 7 de novembro recebeu um telefonema do papa Francisco, parabenizando-o pela poesia publicada originalmente em ACI Prensa, traduzida e adaptada por Nathália Queiroz.
“Seja esta mensagem – finaliza a acadêmica – a nossa para todos os membros da ABL e para nossos amigos”.

Não haverá Natal?

Não haverá Natal?

Claro que sim!

Mais silencioso e com mais profundidade,

Mais parecido com o primeiro, em que Jesus nasceu na solidão.

Sem muitas luzes na terra,

Mas com a luz da estrela de Belém,

Fulgurando trilhos de vida em sua imensidão.

Sem cortejos reais colossais,

Mas com a humildade de sentir-nos

Pastores e pastorinhos buscando a Verdade.

Sem grandes mesas e com amargas ausências,

Mas com a presença de um Deus que tudo plenificará.

Não haverá Natal?

Claro que sim!

Sem as ruas a transbordar,

Mas com o coração aquecido

Pel’O que está para chegar.

Sem barulhos nem ruídos,

Propagandas ou foguetes…

Mas vivendo o mistério sem medo

Do Covid-Herodes que pretende

Tirar-nos até o sonho de esperar.

E partilha como Cristo, no presépio,

A nossa pobreza, a prova, o pranto, a angústia e a orfandade.

Haverá Natal porque necessitamos de uma luz divina

No meio de tanta escuridão.

A Covid-19 nunca poderá chegar ao coração nem à alma

Dos que no céu põem sua esperança

E o seu alto ideal.

Haverá Natal sim!

Cantaremos nossos cantos natalinos!

Deus nascerá e nos trará a liberdade!