Uma empresa criada a partir de pesquisas realizadas na Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, câmpus de Botucatu, teve um projeto aprovado na Fase 1 do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), que apoia a pesquisa em ciência e tecnologia como instrumento para promover a inovação tecnológica, o desenvolvimento empresarial e aumentar a competitividade das pequenas empresas no Estado de São Paulo.
Sediada na Prospecta – Incubadora de Base Tecnológica de Botucatu, a empresa EmergeAgro foi criada pelas engenheiras agrônomas Daiani Ajala Luccas, doutora em Agronomia com ênfase em Produção e Tecnologia de Sementes pela FCA, e Natália Helena Gavilan, doutora em Agronomia e pesquisadora de pós-doutorado junto ao Departamento de Produção Vegetal da FCA, com apoio e consultoria do professor Edvaldo Amaral da Silva, da área de Fisiologia de Sementes e responsável pelo Laboratório de Sementes do Departamento de Produção Vegetal da FCA.
A EmergeAgro oferece soluções tecnológicas, inovadoras e sustentáveis para o setor sementeiro. Por meio de pesquisas e capacitações, os conhecimentos transferidos são aplicados na prática do sistema de produção de sementes, fazendo real uso dos avanços tecnológicos e científicos da área.
Intitulado “Nanopartículas no tratamento de sementes de soja visando amenizar os efeitos da deficiência hídrica”, o projeto aprovado no Programa PIPE tem o objetivo de elaborar um produto comercial para o tratamento de sementes e avaliar seus efeitos fisiológicos na germinação e estabelecimento de plântulas de soja em condição de deficiência hídrica.
“O produto será definido a partir de testes preliminares para avalição do desempenho de liberação e proteção do princípio ativo e seu comportamento no ambiente agrícola”, conta Daiani. “O projeto tem potencial de solução para o estabelecimento de lavouras em condições estressantes e pode contribuir fortemente com o sustento da produção de soja e, futuramente, para outras culturas, colaborando com a segurança alimentar global”.
A Fase 1 do Programa PIPE tem duração prevista de até nove meses e destina-se à realização de pesquisas sobre a viabilidade técnica da pesquisa proposta. Nesta etapa, o valor máximo de financiamento previsto é R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para cada projeto, incluindo todos os custos, considerando também as Bolsas de Treinamento Técnico e a Bolsa de Pesquisa em Pequena Empresa.
O professor Amaral comemorou a aprovação no PIPE. “É uma satisfação alcançar esse reconhecimento por um trabalho bem feito, que é resultado de pesquisas e estudos realizados por nós ao longo de anos. A aprovação no PIPE certamente é um grande estímulo para que o trabalho continue, com o mesmo empenho e seriedade”.
Ao final de 9 meses, deverá ser apresentado um Relatório Técnico Final da Fase 1 e a Prestação de Contas dos recursos investidos pela FAPESP. A qualidade dos resultados apresentados nesse relatório, bem como a da nova proposta, serão determinantes para a qualificação do projeto para a Fase 2 do programa.
Natália ressalta que EmergeAgro sempre norteia seus projetos pela intenção de atender da melhor maneira as demandas agronegócio. “A ideia de prestar um serviço inovador de extensão na área de produção de sementes surgiu ao final de nossa pós-Graduaçãoem Agronomia na FCA, quando percebemos a necessidade de encurtar a distância entre os avanços da academia, a indústria e o campo. Ao entrar em contato com produtores e técnicos da área, identificamos a possibilidade de transferir o conhecimento que adquirimos durante nossa formação e contribuir para superar os obstáculos encontrados na produção de sementes”.