Ato da Greve Geral mobilizou estudantes, sindicalistas e aposentados que criticaram o governo e também o deputado Milton Monti (PR)

Foi baixa a adesão dos trabalhadores de Botucatu à Greve Geral convocada pela maioria das Centrais e Confederações de classe do Brasil. Na cidade, aderiram à greve os funcionários dos Correios e alguns jornalistas do Diário da Serra.

Apesar da baixa adesão o movimento sindical começou seu dia cedo. Por volta das 4 da manhã, os veículos de oito entidades de trabalhadores pararam em frente a sede da empresa Vale do Sol, na região Sul. Essa empresa de fretamento é especializada em transporte de funcionários das fábricas da cidade.

Com a tentativa de assembleia no portão da empresa, a maioria dos ônibus circulou. Os sindicalistas disseram que os veículos foram liberados do pátio de estacionamento da Vale do Sol, na noite anterior e os motoristas dormiram com os veículos em frente suas residências.

“Tinha apenas quatro ônibus no pátio, o que fez com que desmobilizássemos a assembleia, mas mesmo assim houve tumulto, pois jogaram um veiculo e um ônibus contra nossos companheiros”, afirmaram as lideranças diversas vezes durante o ato que ocorreu no final da manhã, em frente a Prefeitura de Botucatu.

SÃO DIMAS E STADTBUS

Por volta das 6 da manhã os líderes sindicais se posicionaram em frente as empresas São Dimas e Stadtbus, com o objetivo de discutir a paralisação.

Os motoristas reclamaram que desejariam ter participado da Greve Geral, porem o sindicato da categoria não fez mobilização, nem colocou a questão em pauta.

Por isso, houve uma longa assembleia no portão da empresa. Os motoristas e cobradores pediram ajuda aos sindicalistas para organizarem uma entidade de motorista em Botucatu. “Na próxima greve queremos participar, pois nosso trabalho na cidade está fragilizado e recebemos muita pressão”, contou um motorista ao Botucatuonline.

Das seis da manhã até por volta das 9 horas, a maioria dos veículos da São Dimas não circularam. Houve acúmulo de pessoas nos pontos de ônibus e foi relatado que algumas pessoas retornaram para suas residências.

Apesar de ter sido amplamente divulgado que ocorreu bloqueio na porta das empresas de ônibus, nenhum motorista foi impedido de circular. Em frente ao pátio da São Dimas, na Avenida Dante Delmanto, tinha três ônibus circulares que só saíram quando a foi encerrado o ato.

O Capitão Cagliari foi pessoalmente conversar com as lideranças em frente a empresa de ônibus e em questão de cinco minutos os veículos começaram a circular.

Como era esperado, o comércio da cidade também não teve adesão, assim como os bancários.

Os funcionários dos Correios de Botucatu aderiram ao movimento organizado pela categoria em Bauru e região. Os funcionários de Botucatu da empresa estatal reclamam de desmonte do serviço publico e sobrecarga de trabalho, devido a não contratação de carteiros, assim como ameaças de fechamento de agencias.

ATO EM FRENTE A PREFEITURA

Em frente a prefeitura de Botucatu ocorreu um longo ato político, com os manifestantes denunciando a politica de desmonte do Estado Brasileiro com as reformas que estão sendo implantadas pelo governo Temer (PMDB, PSDB, PR e PP, entre outros).

Dos políticos, o mais criticado, tanto na porta das empresas, como na frente da prefeitura, foi novamente o deputado Milton Monti, delatado na Operação Lava Jato como beneficiário de doações irregulares das empreiteiras.

O Secretário de Meio Ambiente de Botucatu também foi citado. Ele teria faltado com educação com o vice presidente estadual do Sintaema. Acontece que no Poupatempo de Botucatu ficam alguns serviços ambientais ligados ao Sintaema. Com a adesão de alguns funcionários desse serviço, foi colocada um cartaz indicando que os funcionários estavam em greve.

“O Secretário ligou me dando ordens para retirar a faixa daquele local. Ele faltou com educação e respeito a nossa entidade”, relatou José Antonio Fagian, Vice-presidente do Sintaema e Diretor de Imprensa e Comunicação da entidade que representa os funcionários da Sabesp e Cetesb, entre outras.

Durante o ato, um jovem que se identificou como sendo do MBL – Movimento Brasil Livre, uma das organizações que liderou o movimento do impeachment discursou e criticou a greve. Apesar de vaiado e criticado, o rapaz concluiu sem tumulto o discurso.