Leia mais aqui sobre aliança entre a Boeing e Embraer

 

Na manhã desta sexta-feira, 22, José Carlos Lourenção, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu, lamentou o risco de desnacionalização da industrial aeronáutica brasileira, da qual Botucatu tem participação desde os anos 1950.
“Vamos mobilizar os sindicatos de Botucatu, São José dos Campos e Gavião Peixoto, em defesa da indústria brasileira de aviação. Quem garante que comprando a Embraer eles não fechem aqui em Botucatu ou no Brasil e transfiram tudo para lá (EUA)”, observou.
Lourenção destacou que com o presidente Miguel Silva e outros diretores de base da Embraer vão contactar os sindicatos onde existem fabricantes e fornecedores importantes da empresa para articular um movimento.
“Veja bem, esse assunto é novo. Ficamos sabendo quando a imprensa divulgou ontem à tarde. Vamos falar sobre isso e tomar uma posição conjunta em defesa do emprego no Brasil e pela indústria nacional de tecnologia”, disse Lourenção durante entrevista na Radio Clube FM.
José Carlos Lourenção é tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos

TEMER DIZ QUE NÃO VENDE

O presidente Michel Temer (PMDB), disse nesta sexta-feira, 22, que se opõe a venda da fabricante de aviões Embraer à líder mundial entre as aeroespaciais Boeing.
Temer, no entanto ressaltou que é favorável a qualquer negociação que não represente a desnacionalização da empresa.
A Embraer é a maior empresa de tecnologia brasileira e espinha dorsal da Defesa do Brasil, principalmente pela Força Aérea, com quem tem as melhores relações.
Se os executivos das empresas e o conjunto de interesses ligados a Embraer (do governo aos trabalhadores e pesquisadores, forem solucionados), a Boeing e a Embraer juntas formariam um duopólio das líderes de vendas de aviões de longas, médias e curtas distancias no mundo.
O valor de mercado da Embraer é de aproximadamente US$ 3,7 bilhões.
A intenção da Boeing e Embraer é proteger um mercado de jatos de longas e médias distancias, que ganhou força, na união da Airbus e Bombardier (maior rival do Brasil no mercado regional de aviação civil e também de jatos executivos), em outubro passado.
A Embraer e a Boeing tem vários acordos, desde segurança em aeroportos e combustíveis aeronáuticos alternativos, já anunciaram uma ação conjunta para a venda e manutenção do cargueiro militar KC 390, que é produzido pela Embraer, liderando um consórcio de fabricantes de aviões do Brasil, Argentina e países da Europa.
O acordo  entre as fabricantes prevê a troca de experiência entre técnicos das duas empresas e a elaboração de uma estratégia para ampliar mercado de possíveis compradores do cargueiro.
Antes da parceria com a Boeing, a Embraer havia excluído EUA, Canadá, Rússia e Índia da lista de possíveis compradores do KC 390. Esse modelo agora começa a ser ofertado às forças militares desses países, entre os produtos da Boeing, que fabrica o C-17 Globemaster III, entre outros.