A Câmara Municipal promoveu no dia 18, audiência publica para avaliar os impactos da negociação envolvendo a Embraer e a Boeing. O encontro, presidido pelo vereador Izaias Colino reuniu funcionários da Embraer, sindicalistas de Botucatu, São José dos Campos e Araraquara, onde estão às unidades de montagem e produção de peças da Embraer, vereadores, Ministério Publico do Trabalho, Dieese, economistas e administradores de empresas.
Na apresentação de estudos sobre o impacto no Brasil, o procurador do Ministério Público Federal do Trabalho, Rafael Araújo Gomes, de Araraquara, afirmou que as empresas envolvidas na negociação não dão detalhes, considerados sigilosos por conta do mercado de ações, mas ressaltou que as declarações dos dirigentes das duas empresas de aviação na imprensa, não refletem a real situação do negocio.
Ele ressaltou que o projeto de joint-venture (parceria estratégica de duas ou mais empresas) é na verdade uma absorção de 80% da empresa de aviação e equipamentos aeroespaciais, na linha de aviação comercial, onde a Embraer não teria a relevância de quem construiu uma marca e ocupou a terceira posição na produção e vendas de aviões do mundo.
O Procurador Rafael Araújo Gomes abriu o encontro apresentando as iniciativas da Procuradoria do Trabalho para obter informações sobre a venda. Ele ressaltou que por conta de questões contratuais, detalhes importantes não estão sendo divulgados, sobretudo as questões relacionadas a garantias de manutenção a atividade econômica no Brasil.
“O Ministério Publico do Trabalho está propondo garantias de manutenção de atividades no Brasil. Recentemente em entrevista o presidente da Boeing afirmou que não poderia dar garantias desse compromisso, alegando a realidade e mercado de aviação. Ele afirmou que a Embraer vai continuar produzindo aviões no Brasil, mas o presidente Donald Trump quer que as empresas de aviação e produtos militares, seja americana. A Boeing é uma grande fornecedora do governo dos EUA”.
O entendimento apresentado pelos representantes de centrais sindicais (Conlutas, Força Sindical e CUT), autorizada a venda pelo governo brasileiro e assinado o contrato, a empresa pode reduzir sua produção comprometendo o emprego e a tecnologia nacional, como o processo acontecer de forma cadenciada por alguns anos. Em termos comparativos foi dito pelos palestrantes que a Embraer corre o risco de ser uma grande oficina da Boeing no Brasil.
O encontro em Botucatu foi elogiado pelos sindicalistas que ressaltaram o interesse dos vereadores, assim como representantes do poder executivo. “Esse encontro foi o melhor que realizamos, pois os vereadores se interessaram pelo assunto, melhor que o de São José e de Araraquara”, destacaram Herbert Claros, da central sindical Conlutas e José Carlos Lourenção, diretor do sindicato de Botucatu.

 

Assista ao evento que foi transmitido pela TV Legislativa, canal 63.1