Pesquisadores brasileiros estão há 15 anos desenvolvendo estudos e testes para produzir o soro contra múltiplas picadas de abelhas, chamado de antiapílico. Os estudos já passaram da primeira e segunda fases, que foram realizadas nas cidades de Botucatu, através o CEVAP, da Unesp, e em Tubarão-SC, após um convite dos pesquisadores para que o Hospital Nossa Senhora da Conceição participasse.

“Por ano ocorrem entre 10 a 20 mil acidentes com abelhas no Brasil que são notificados ao serviço de saúde. Proporcionalmente morrem mais pessoas de picada de abelha do que de serpente no país. E até o momento não há um tratamento específico no caso de acidentes com múltiplas picadas”, explicam os pesquisadores.

“O soro antiapílico funciona como um antídoto mediante múltiplicas picadas por neutralizar a melitina, que é o veneno, responsável pela intoxicação. No mundo não existe tal produto, e no Brasil ele está em fase de desenvolvimento, com estudos clínicos em seres humanos para ser aprovado e disponibilizado nos hospitais e serviços de pronto atendimento. Ele com certeza salvará vidas e irá minimizar os efeitos da picada, embora não serve para os casos de alergia”, detalham.

“Realizamos o estudo fase 1 e 2, e agora aguardamos a tramitação do estudo de fase 3 no Ministério da Saúde e captação de recursos para que o estudo seja feito e possa receber o registro da ANVISA. Como é um produto não comercializável, dependemos de recursos públicos ou privados para financiar a pesquisa e poder comprovar a eficácia e segurança do soro”. “Seria o primeiro soro neutralizante para picada de abelha no mundo e que ajudará a salvar vidas. Isso depende de o estudo fase 3 estar finalizado e com a aprovação e registro da ANVISA”, destacam.