Na região de morros do interior de São Paulo, conhecida como cuesta, a lichia encontrou o clima ideal para produzir. Um pomar que fica em São Manuel pertence à fazenda da Faculdade de Ciências Agrarias da Unesp e a lichia é tema de estudo para os alunos.

Os estudantes tentam encontrar formas de reaproveitar partes do fruto, como a casca para fazer farinha e a semente para extrair óleo. Tudo ainda está em fase de testes.

Na área, o cultivo é da lichia bengal, a mais comum no Brasil. Patrícia Graosque, que é engenheira agrônoma e doutoranda, explica que nessa variedade a casca fica bem vermelha, em formato parecido com o do coração. A planta é resistente, mas é preciso ficar atento ao ataque de ácaros nas folhas.

Outra preocupação é colher o fruto rápido e na hora certa. Da florada até o fruto ficar maduro, o período varia entre 110 e 150 dias, e, quando a lichia atinge o ponto da colheita, o produtor precisa agir rápido, se não passa o ponto da fruta, os bichos perfuram a casca e o agricultor pode ter prejuízos.

Em Botucatu, Fernando Guimarães é produtor rural e tem 300 pés de lichia. Ele busca deixar a casca da fruta mais resistente para evitar esse problema.

A produção dele é orgânica e, por isso, o clima tem ainda mais influência. Neste ano, os cachos estão amadurecendo de forma desigual nos pés. Em uma mesma árvore dá para encontrar a lichia no ponto e ela completamente verde.

Fernando aposta em uma boa safra, mesmo com o amadurecimento em épocas diferentes, pois, em sua propriedade, vai ter lichia pelo menos até o fim da primeira quinzena de janeiro.

 

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