Nesta semana foi anunciado que a cidade de Botucatu abrigará um estudo clínico de referência mundial da vacina Oxford-AstraZeneca, produzida no país pela Fiocruz. A iniciativa será liderada pela Unesp e pela prefeitura local, em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a meta é imunizar, até o final do ano, 100% da população adulta, com 18 anos ou mais, que ainda não foi vacinada no município, cerca de 80 mil pessoas.

Esse tipo de pesquisa é conhecido como estudo de efetividade ou de “vida real”. Para a vacina Oxford-AstraZeneca, em uma cidade média como Botucatu, ele será inédito, resultando de uma união de forças que deve ser celebrada neste momento da pandemia, afirma o reitor da Unesp, professor Pasqual Barretti, médico formado pela Faculdade de Medicina do câmpus de Botucatu, que afirmou à TV Unesp:

“Cumpre lembrar que o próprio embaixador do Reino Unido recomendou este projeto quando estava em negociação. É um projeto de interesse nacional e internacional”

“A participação da Unesp é no seu campo de atuação, de pesquisa. A participação do prefeito é pela cidade dele, a participação do ministério [ocorre] porque cabe a ele autorizar uma pesquisa desse tamanho. A Fiocruz se prontificou a fornecer a vacina e a excelência desta parceria com a Universidade de Oxford. São fatores que se conjugaram, mostrando o enorme potencial que a gente tem de fazer pesquisa desde que todas as forças confluam para a mesma direção”, afirmou o reitor.

 

Ambiente favorável

Pasqual Barretti, que é Cidadão Botucatuense, destacou também as condições técnicas reunidas na cidade para viabilizar o estudo de vida real, que trará respostas sobre o impacto da vacina de Oxford na redução de casos, internações e mortes em decorrência da Covid-19.

“Tem este enorme parque científico e assistencial estadual, público, imaginando hoje que São Paulo é o estado que mais investe em ciência, [temos] um ambiente absolutamente favorável”, afirmou. “Quando as forças do bem confluem, quem ganha é a sociedade, quem ganha é a pesquisa porque as respostas [dadas pelo estudo] não serão para Botucatu, serão para São Paulo, para o Brasil, para o mundo”, disse o reitor.

A vacina Oxford-AstraZeneca contra o coronavírus é aplicada por dezenas de países, nos cinco continentes. A imunização é feita em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Segundo a Prefeitura de Botucatu, a vacinação em massa deve começar em maio.

 

Jornal da Unesp