Vinte e sete pesticidas usados no combate de diversas pragas na agricultura estão presentes em amostras de água oferecidas pelos serviços de abastecimento no Brasil, inclusive na Sabesp de Botucatu. Segundo a reportagem da Agência Pública e Repórter Brasil, tendo como base dados do “Sisagua”, os agrotóxicos foram encontrados em amostras de 1.396 municípios.
 “Desses, 16 são classificados pela Anvisa como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas”, informa a reportagem.
Botucatu está listada no mapa com diversos agrotóxicos que teriam sido identificados em dados analisados pela Anvisa nos dados do Sisagua – Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano.
“Dos 27 pesticidas na água dos brasileiros, 21 estão proibidos na União Européia devido aos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente”, diz a reportagem.
No município de Botucatu, segundo a reportagem da Agencia Pública, Repórter Brasil e a organização suíça Public Eye, 27 tipos de resíduos agrotóxicos sairiam das torneiras da Sabesp, sendo 11 associados às doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos.
A Superintendência da Sabesp de Botucatu não deu entrevista sobre o assunto, mas emitiu uma nota afirmando que a qualidade da água é analisada de forma rígida e não foi diagnosticada presenças de agrotóxicos que prejudiquem a saúde.
“A Sabesp esclarece que a água que fornece à população não está contaminada”, se posiciona a empresa concessionária de abastecimento. Ela esclarece que mais de 90 tipos de testes são realizados em mais de 90 mil análises mensais. Veja a nota completa abaixo.
Segundo um mapa disponibilizado na reportagem dos sites Repórter Brasil e Agencia Pública, com dados retirados do Sisagua, que reúne dados de testes feitos pelas empresas de abastecimento. A analise dos dados de 1,3 mil municípios foram realizadas no período de 2014 a 2017.

Quais agentes químicos?

A reportagem mostra a quantidade de agrotóxicos encontrados nos testes e quantas vezes foram detectados nos exames em Botucatu.
Foram citados pesticidas que causam doenças crônicas como câncer e distúrbios endócrinos: Alaclor, Atrazina, Carbendazin, Clordano, Glifosato, Lindano, Mancozebe, Permetrina, DDT+DDD+DDE, Diuron e Trifluralina.
Também foram diagnosticados presenças de agrotóxicos como 2,4 D+2, 4,5T, Aldicarbe, Aldrin, Carbofurano, Clopirifós, Endossulfan, Endrin, Metamidofós, Metolacloro, Molinato, Parationa Metílica, Pendimentalina, Profenofós, Simazina, Tebuconazol e Terbufois.
A divulgação dos dados levou diversas instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, no Ceará, a afirmar que os dados são “alarmantes, representam sério risco para a saúde humana”.

SABESP: NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Sabesp esclarece que a água que fornece à população não está “contaminada”.
A qualidade da água fornecida pela Sabesp obedece aos parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde (Anexo XX da Portaria de Consolidação 5/2017). A legislação também estabelece a frequência do monitoramento que deve ser realizado no controle de qualidade da água produzida e distribuída. Para isso, são realizados 90 tipos de testes e mais de 90 mil análises mensais que aferem turbidez, cor, cloro, coliformes totais, metais, agrotóxicos, dentre outros. Este trabalho é realizado em 16 laboratórios de controle sanitário. Os Relatórios de Qualidade da água são enviados mensalmente ao Ministério da Saúde e também são disponibilizados às Vigilâncias Sanitárias dos municípios operados. Os clientes podem conhecer os resultados na própria conta ou pelo site da companhia em www.sabesp.com.br. A Sabesp ainda conta com uma equipe de degustadores: especialistas formados por químicos, biólogos e técnicos responsáveis para análise de variáveis no sabor, aroma e densidade do líquido. Os resultados são encaminhados para as ETAs a fim de nortear o tratamento da água e eventuais ajustes preventivos ou corretivos.”

 

(Com Agência Pública/Repórter Brasil)