Sábado.
Levei gostosinhos pra mamãe: pizza enrolada de calabresa e azeitona, com tomates do quintal e orégano; massa de lasanha verde feita pelo Fer.
Fui e voltei rapidinho.

Muito calor.
Cuidei das orquídeas e das suculentas, molhei todo o quintal.
Abri o presente que ganhei do meu irmão André e da Márcia e do Davi e fiquei
curtindo o Maxi Singles do Eduardo Fofat.

Consegui movimentar algumas coisas que estão paradas na varanda.
Colei a foto com meus filhos na Catedral da Sagrada Família no painel do quarto.

A música foi minha companhia.

“…Nem vem que não tem vem que tem coração tamanho trem
Como na palavra palavra a palavra estou em mim
E fora de mim quando você parece que não dá
Você diz que diz em silêncio o que eu não desejo ouvir
Tem me feito muito infeliz mas agora minha filha:
Outras palavras…”

Domingo.

Acordei e logo ouvi essa delícia.
Voltei pra um verão de 4 décadas atrás, com mil e uma noites de amor.
Ahhhhhhh, que viagem esse baú do Fofat!

Maya Angelou foi minha companhia por horas, através do livro ” Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”.
Muito bacana.

Presente musical do querido Oscar Hoeppner.

The Voice+, alegria e emoções na tarde.
Que pessoas e que vozes!

O domingo terminou com o decreto municipal de fase vermelha na cidade.
A pandemia descontrolada.
10 meses depois, tudo de novo.

Segunda-feira.

O prefeito na rádio.
De fato, se não houver essa semana de fechamento do que não é essencial, o sistema de saúde vai colapsar.
” Eu não quero ser o que acerta, quero ser o que não errou.”

Dia branco e muito quente.

Fui pra mamãe.
Organizar o necessário pra que ela possa ficar confortável e abastecida nessa semana.

Fiz farmácia e mercado.
Na Major Matheus, calçadas muito movimentadas mesmo com o comércio em drive thru e delivery.

Hoje, 25 de janeiro tenho três homenagens.

São Paulo, cidade que adoro, parabéns!
Tenho muitas memórias por suas ruas, de menina e de mulher, e guardei somente as que importam aqui dentro.

Agradeço por todos os prazeres que tive, tenho e terei no seu abraço.
Vivas!

Meu avô Ismael Morato do Amaral completaria 118 anos.
Pai do meu pai, as minhas lembranças mais antigas são no apartamento do edifício Minas Gerais.
Vovô vinha de Anhembi todas as semanas.
Lá não tinha agência bancária e ele vinha de Kombi pra resolver suas questões e também de outras pessoas.
Almoçava conosco, eu tinha 6 ou 7 anos,
ele me dava umas moedas e eu saia pulando, que nem o menino da porteira.

Era a única pessoa de quem meu pai tinha medo e a quem pedia a benção.
Foi muito trabalhador, torcedor do XV de Piracicaba, e um pai e avô muito amado.
Saudades vovô, parabéns com todo meu amor!

Tom Jobim, ahhhhhhh, preciso te falar!
Sou fã, fanzoca, desde sempre e pra sempre.

De garota de Ipanema até o fim, bossa nova, samba, jazz e latin jazzz, tudo bom e inesquecível.

Completaria 94 anos, o maestro que tornou a música popular brasileira um sucesso mundial.
Além de ser uma lindeza de ser humano.

Escolhi essa pra homenagear.
Salve!

Um texto da Sandra Pujol, que a querida Sandra Peduti postou, vou replicar aqui.
Concordo e me identifico,.

“Se observamos com cuidado, podemos detectar a aparição de uma nova faixa social que não existia antes: pessoas que hoje têm entre sessenta e oitenta anos.
A esse grupo pertence uma geração que expulsou da terminologia a palavra envelhecer, porque simplesmente não tem em seus planos atuais a possibilidade de fazê-lo.
É uma verdadeira novidade demográfica, semelhante ao surgimento da adolescência; na época, que também era uma nova faixa social, que surgiu em meados do século XX para dar identidade a uma massa de crianças desabrochando, em corpos adultos, que não sabiam, até então, para onde ir ou como se vestir.
Este novo grupo humano, que hoje tem cerca de sessenta, setenta ou 80 anos, levou uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes que trabalharam durante muito tempo e conseguiram mudar o significado sombrio que tanta literatura latino-americana deu por décadas ao conceito de trabalho.
Longe dos tristes escritórios, muitos deles procuraram e encontraram, há muito tempo, a atividade que mais gostavam e na qual ganham a vida.
Supostamente é por isso que eles se sentem plenos; alguns nem sonham em se aposentar.
Aqueles que já se aposentaram desfrutam plenamente de seus dias, sem medo do ócio ou solidão, crescem internamente. Eles desfrutam do tempo livre, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, carências, esforços e eventos fortuitos, vale bem a pena contemplar o mar, a serra e o céu.
Mas algumas coisas já sabemos que, por exemplo, não são pessoas paradas no tempo; pessoas de cinquenta, sessenta ou setenta, homens e mulheres, operam o computador como se tivessem feito isso durante toda a vida.
Eles escrevem e veem os filhos que estão longe e até esquecem o antigo telefone para entrar em contato com seus amigos para os quais escrevem e-mails ou mandam whatsapps.
Hoje, pessoas de 60, 70 ou 80 anos, como é seu costume, estão lançando uma idade que AINDA NÃO TEM NOME. Antes, os que tinham essa idade, eram velhos e hoje não são mais… hoje estão fisica e intelectualmente plenos, lembram-se da sua juventude , mas sem nostalgia, porque a juventude também é cheia de quedas e nostalgias e eles bem sabem disso.
Hoje, as pessoas de 60, 70 e 80 anos celebram o Sol todas as manhãs e sorriem para si mesmas com muita frequência … Elas fazem planos para suas próprias vidas, não com as vidas dos demais.
Talvez, por algum motivo secreto que apenas os do século XXI conheçam e saberão, a juventude é carregada internamente.
A diferença entre uma criança e um adulto é, simplesmente, o preço de seus brinquedos.”

Pois é.
Essa liberdade de ser o que se é, da qual fala o texto, é o melhor que tenho nessa vida conquistada.

Fiz uma lasanha bem gostosa, almoçamos eu e mamãe, conversamos, rimos e falamos com o Diego.
Ahhhhhhh, melhor que sorvete de coco na praia.

Para reflexão.
“É difícil aprisionar os que tem asas.”
Caio Fernando Abreu

Resisto feliz por resistir.

Seguimos.