Pra quem ainda não sabe, o ano tem 365 dias, num total de 52 semanas. Um mês tem 4 semanas, o que dá um total de 48. Sobram semanas porque os meses tem diferentes números de dias.
Enfim, 13º salário não é brinde, presente, agradinho de patrão. Não, não e não! 13º é salário trabalhado.
Isso posto, é direito.
A CLT premia os trabalhadores com leis que devem ser obedecidas pelos patrões, físicos/jurídicos/institucionais, sob pena de, se não cumpridas, gerarem multas aos empregadores.
As autarquias jogam com outras legislações. Ou só jogam, sem obedecer legislação alguma.
Nós, mais de 12 mil funcionários autárquicos da Unesp, estamos vivendo pelo segundo ano consecutivo, a vergonha de sermos abandonados pelo gestor, o magnífico reitor, senhor Sandro de tal.
Junto de seus comparsas omissos do CO, conselho universitário, o reitor eleito pela comunidade, de maneira desequilibrada e sempre dependente do aval do governador em exercício, sabendo da crise financeira da universidade, não se preocupou em tornar sua gestão uma administração enxuta.
Claro que não!
No jogo de poderes políticos a espinha dorsal da Unesp, pesquisadores, docentes e funcionários, que garante excelência aos alunos, foi abandonada em detrimento da satisfação de eleitos.
Tais eleitos levaram, sob chantagem de liberação de verbas, provavelmente, a abertura indiscriminada de campis por todo o estado de São Paulo.
Chegou-se a insanidade de manter um campus com um curso só, com meia dúzia de alunos em cidades sem saneamento e mesmo educação básica de qualidade.
Políticos tem usado a Unesp para fim eleitoreiros.
Afinal dá mais votos trazer um campus pra cidade do que olhar e investir atentamente na educação básica.
Nessas últimas décadas, descambou geral.
Como funcionária pude sentir que o caminho escolhido era sem volta.
A não ser que surgissem administradores linha dura pra acabar com a farra.
Não aconteceu.
Pelo contrário.
O governo e seus deputados, da sigla majoritária, que vem esfoliando a infraestrutura primária do estado há décadas, tem bichas lumbricóides e não se cansa de devorar.
Tive que ouvir no rádio um funcionário que fez carreira na reitoria quando o reitor era daqui e hoje é diretor de tal que, ” tem que ser dado a outra secretaria de estado os inativos da Unesp porque eles são os causadores do desequilíbrio da folha de pagamento.”
Não são as diárias altíssimas pagas inclusive ao reitor. Não são as bolsas de estudo vultuosas pagas ao staff da reitoria.
Não são os centenas de cargos de confiança espalhados por todos os campis e unidades.
São os inativos, pessoas!
Os inativos que tiveram sua Avaliação de Desempenho suspensa quando da premiação financeira.
Os inativos que tiveram seus planos de carreira interrompidos quando da criação dos novos campis.
Os inativos que estão várias letras no holerite abaixo de seus colegas nas mesmas funções nas outras universidades paulistas.
Que vergonha senti ao ouvir as palavras desse tal diretor, equivocado, hipócrita e puxa saco. Vergonha!
E aqui estamos nós, pelo segundo ano consecutivo, a mercê do desmazelo do reitor Sandro de tal.
Reitor que está usando a luta pelo direito ao 13º de mais de 12 mil funcionários autárquicos pra forçar o governo a suplementar um orçamento corrompido até a medula com a má gestão, o apadrinhamento e a sacanagem pura e simples com trabalhadores concursados.
Nossos poucos direitos devem ser respeitados.
Nossos deveres foram e estão sendo cumpridos pelos colegas da ativa.
Vida longa a universidade pública, com educação de excelência, pesquisa de ponta, funcionários bem pagos na sua função de suporte a existência da educação.
Fora aos gestores desrespeitosos que tudo tem feito pelo fim de um direito constitucional.
Cadê a justiça do trabalho?
Cadê o ministério público?
13º já, com juros e correção!