Acordei diferente.
Não sei se por conta do dia estar nublado e muito quente.
Talvez por ter dormido muito.
Ou porque já são 40 dias.

Por ser dia de ver a mamãe deixei as rotinas pra depois, tomei café da manhã, banho e saí.

Muuuuiiiitoooo booooommm.
Mamãe ganhou da minha cunhada Márcia uma filhote de Dashund, o popular “salsichinha”.
A “Pretinha”, nome provisório que parece que ficou, é uma graça.
Agora, graça mesmo é ver minha mãe, com quase 85 anos, tãotão feliz.
A companheirinha levantou o astral, que já era bacana e ficou top.

Sempre tivemos cachorros.
Minha primeira lembrança canina é da piquinês Bianca, da minha avó materna Lydia, e que nunca gostou de mim, eu acredito que eram ciúmes   da vovó, e vivia mordendo meu calcanhar de criança.

Na casa da minha avó Isaura também tinha cachorro. Não lembro o nome, era grande e ficava no quintal da casa de Piracicaba.
Minha tia Helô é apaixonada por cães também.

Na casa da minha família tivemos Fox paulistinha, vira latas, a poodle Shiva, do Diego, o veadeiro Onofre, do André, a Avivar e outros, muitos outros.
Eu meus filhos tivemos pastor belga, pastor alemão, vira latas, waimaraner, mastim, labrador e a cocker Lola, minha companheira por 14 anos.
Lolinha morreu há quase três anos e decidi não ter mais.

Mamãe perdeu o poodle Bolinha há alguns anos e ele ocupa vários porta retratos.

Diego agora tem a Bijou, sua parceira de caminhadas pelas praias do Algarve.

O amor por cachorros já está tatuado em nós.

Minhas netas Maria Clara e Emilie também são apaixonadas por animais e tem seus pets.

Os animais melhoram os humanos.

Enquanto andava pela Major Matheus…

Encontrei Sumaia Saleh e seu marido Fábio.
Como fiquei feliz!
O bom astral, o amor e a esperança, somados ao respeito pelos profissionais, deram resultado.
E como!
Estavam lindos e felizes.

A fila na Caixa Federal é uma piada de mau gosto. Muitas pessoas, muitas mesmo.
Felizes daqueles que conseguiram o auxílio “emergencial (?)”, pois parece que a confusão só aumenta.
É praticamente um jogo de vídeo game. Meu amigo Fer conseguiu passar mais duas fases, hoje.
E não é só aqui.
É no Brasil todo.
Desgoverno.
A fome tem pressa.

A agência do Banco do Brasil está trocando o piso externo, num momento desses, e a fila estava bem longa pela limitação de pessoas dentro da agência. Prevenção.

Muitas pessoas usando máscaras já se adiantando a obrigatoriedade a partir de amanhã.

No supermercado tudo organizado, medição de temperatura, número de clientes controlados, funcionários com máscaras e  abordando clientes pra falar sobre as novas regras.

Feio foi ver um homem jovem, com o carrinho lotado, furar a fila, na cara dura, no caixa rápido pra 15 volumes. Difícil resistir mas só reclamei com a gerente sobre ser um ponto a mais pra prestar atenção.

Eu sou apaixonada por mercados por conta das feiras.
Tenho memórias afetivas/olfativas que me dão muito prazer.
E hoje o cheiro das frutas, que o abacaxi ressaltou, me fez viajar.

O mercado de Uberaba está no meu nariz pra sempre. É só pensar nele que salivo de saudades.
Assim como o de Botucatu.
Ahhhhhh, quanto prazer me dá descer a escada lateral e receber aquela brisa de sabores.

E conheci muitos outros. Em Floripa, Salvador, o Ver-o-peso em Belém, o de BH, de Madrid, Barcelona, Lisboa, Paris…muitos.
Pra qualquer cidade que eu vá, visitar o mercado está no meu roteiro.

Em Lagos é de lei dar uma paradinha no mercado, comprar frutas do verão ( damasco, cereja, ahhhh… água na boca) e seguir pra praia.

Frutas tem cores lindas e sabores deliciosos.
Sou muito fã.

Já falei aqui do pé de pitangas do quintal da minha avó Josephina, em Anhembi, do pé de caju da minha amiga Cecilinha, em Uberaba, e das mangueiras da fazenda do vô Ruy, no Prata.

Minha pitangueira veio em forma de muda no vaso da estrelizia que embelaza meu jardim.
Está frutando há 15 anos aqui em casa.
Quando deu suas primeiras frutas, plantei minha primeira árvore, o pé de acerolas.
Esse é um lindo.
Da primeira vez foram três frutinhas. Na segunda, umas dez. Da terceira em diante enlouqueceu de prazer e, sem mentiras, chego a colher muito mais que dez quilos de frutas todos os anos, de dezembro a março.
E como é uma árvore tão generosa, faço creme de acerolas e distribuo entre os amigos.

Minha segunda árvore é a amoreira que ganhei do saudoso amigo Fabinho.
Ma-ra-vi-lho-sa!
Todos esses últimos dez anos tem me dado muitas frutas e prazer e a geleia de amoras já atravessou o atlântico duas vezes.

Aí ganhei a muda de figo do querido seo Ozório, vizinho do meu irmão Erik e da cunhada Mari em Cesário Lange.
Sou louca por figos.
Esse pezinho tem me enredado, sem vergonha!
Já morreu, já brotou de novo e, agora tá que tá.
Espero frutas pro ano que vem, talvez.

Frutas pequenas, grande prazer.

Hoje não li nem assisti jornais.

De ontem ficou um empardamento desesperador.
As tristezas me derrubam.
São tristezas de cidadã que invadem a minha pessoa, incapaz de ser alheia.

Continuo com filtros nas janelas.

Mas a vida real, o Brasil do desgoverno e da pandemia, está ali.

Por isso, por tudo isso, pelos números tristes que não param de crescer, por respeito aos que estão lá fora por nós e cujas vidas estão em risco pela falta de estrutura, de EPIs e de respeito dos que habitam o ministério, por favor

#fiqueemcasa

Seja bacana, seja cidadão.
Doe sangue.
Respeite seu próximo e seu distante.

Um poema de Alberto Caiero, grande persona do sempre Fernando Pessoa.

“SIM: Existo dentro do meu corpo.
Não trago o sol ou a lua na algibeira.
Não quero conquistar mundos porque dormi mal,
Nem almoçar o mundo por causa do estômago.
Indiferente?
Não: filho da terra, que se der um salto, está em falso,
Um momento no ar que não é para nós,
E só contente quando os pés lhe batem outra vez na terra,
Trás! na realidade que não falta!”

Resistiremos

Seguimos.