(Minha sugestão: ouça a música lendo o texto. Acredito que você vai curtir.)

“Bom dia querida.  Sonhei com seu pai e sua mãe e ele estava todo bonitão.”
Meu tio Gil Morato, no seu bom dia pra mim.

Até onde eu sei, quando sonhamos com alguém que já fez a passagem, a aparência diz sobre a evolução espiritual.

Claro que me emocionei.

Café da manhã delicioso e guloso com mimos que a querida Silvia me trouxe.

Já não dá pra me enredar na rede.
Muuuuiiiitoooo frio.
Ouvindo jornal da clube, vou ler o livro novo na cama até esquentar a manhã.

“Não gosto da ironia feroz mas a que se move entre a desilusão e a esperança.”, Paris não tem fim.
Já estou encantada com o Enrique Villa-Matas.

Uma hora de leitura, levantei e fui caminhar.
Meia hora.
Preciso aumentar o percurso pois já reduzi o tempo pela metade.
Mas o que eu quero mesmo é voltar a nadar, ahhhhhh.

Um bom copo de suco de goiaba com laranja.

Pelo meu bairro encontrei duas duplas, em separado, de funcionários da prefeitura que, de porta em porta, estão distribuindo máscaras.
Cada vez mais fã da administração municipal e do gabinete de prevenção.

Não levei o celular na caminhada.
Mesmo observando o entorno, meus pensamentos, totalmente influenciada pelo livro, me levaram a Paris.

Fui pra Paris em 2016, pra me encontrar com o Lucas, que estava apenas no segundo mês dos 14 da sua volta ao mundo.
Meu filho completava 30 anos.
Foi minha primeira viagem internacional sozinha, sem falar nada além de “merci”.

Foram dias incríveis, era outono.
Em nosso primeiro passeio, ele me fez fechar os olhos ao sair do metrô, e lá estava eu, sob o Arco do Triunfo.
Suspirei profundamente.

Como leitora crônica que sou, já tinha estado ali através dos autores.
Mas, estar mesmo, foi muito booooommm.
Passear na Champs-Élysées no final da tarde, conhecer o Louvre, os jardins de Luxemburgo, Montmartre, Notre Dame, tudotudotudo ma-ra-vi-lho-so e muito especial.

Pois é, a leitura liberta, amplia e faz buscar.

Em casa, banho gostoso e plantinhas lindas.
Uma rolinha está abandonada no meu gramado.


Paguei R$9,90 um quilo de feijão no mercado perto da minha casa.
Estou chocada e, talvez, desatualizada.
Porque um quilo dura muito tempo e acabo levando pra mamãe.

Que está ótima e muito animada pois vai dar um trato no cabelo, amanhã.

O exame do amigo de Botucatu deu negativo pra Covid 19. Ebaaaaa!

Feijão gordo caprichado, arroz fresquinho e salada do quintal.

Firmona, só que não,  na proposta de isolamento positivo, não resisti ao jornal da hora do almoço.
Ahhh, os hábitos.
E programa de culinária, depois. Adoro uma lariquinha.
E Dani me mandou quibes recheados quentinhos, huuuummmm…
( super recomendo os salgados e posso passar o contato in box)

Mas aí vem a notícia inesperada pelo zap.
“O Mazza fez a passagem.”


Pra minha geração, as brincadeiras dançantes aos domingos, no BTC, tinham um nome: Modern Square.
O conjunto do seo Rona Protes, que iniciava sua apresentação com os acordes de “Viagem ao centro da terra”, do Rick Wakeman.
O Coruja cantava, Mazza, Zilton e Pedro nas cordas, Fernando na bateria…me desculpem se a memória falhou.
Umas pessoas lindas, de calças boca de sino e cabelos longos, que encantavam nossos primeiros namoros, e amassos também.
E o Mazza partiu hoje.
Não foi Covid, não. Mas foi insuficiência respiratória. Encontrei com ele várias vezes nessa quarentena, tomando sol com as cachorrinhas na varanda da casa da mãe, no Bairro.
Querido, fica meu carinho e gratidão.
Foi sempre muito bom.

Então vou ficar apenas com esse número triste por hoje.

Como bem disse a poeta, é época de tecer uma rede de afetos.

Pra encerrar, a tradução da música do Queen que  postei no início.

“As palavras de amor

As palavras de amor
Não me toque agora
Não me segure agora
Não quebre o encanto querida
Agora que você está perto
Olhe nos meus olhos e fale pra mim
Aquelas promessas especiais que eu quero ouvir

As palavras de amor
Deixe-me ouvir as palavras de amor
Devagar, meu amor
Me ame devagar e gentilmente

Um mundo tolo, tantas almas
Arremessadas sem sentido
Num frio interminável
E tudo por medo, tudo por ambição
Fale qualquer língua
Mas pelo amor de Deus
Nós precisamos

Das palavras de amor
Deixe-me ouvir as palavras de amor
Lentamente, meu amor
Deixe-me saber, essa noite e sempre.

Este quarto está vazio
Esta noite está fria
Estamos muito distantes e estou envelhecendo
Mas enquanto vivermos
Nos encontraremos novamente
Assim então, meu amor
Poderemos sussurrar uma vez mais
‘É você que eu adoro’

As palavras de amor
Deixe-me ouvir as palavras de amor
Lentamente meu amor
Toque-me agora

As palavras de amor
Vamos compartilhar
As palavras de amor
Para sempre.”

Bora ser bacana, ser cidadão.
Doe sangue, por favor!
Use máscara pra sair, só saia se for necessário.
Se puder fique em casa.
Seguir as regras e, juntos, vamos achatar a curva da pandemia.

Resistiremos, siiiiiiimmm!

Seguimos.