Amigos e leitores, agradeço muito os parabéns pelos 4 anos da Sob o Olhar Azul, no Botucatu Online.

Gar, sua arte no “olhar” ficou muito linda!
Top, amigo amado!

Querido Henrique, genro tão tão amado!
Feliz aniversário para você!
Meus sinceros desejos de sonhos realizados, aventuras e sucesso, alegrias e bênçãos no seu caminhar, sempre e sempre!
Beijão e presente musical….

 

Mais uma noite bem gostosinha pra dormir, ahhhh que delícia!
A primeira atitude foi telefonar pro Henrique, que está muito feliz, vivendo seus sonhos.

“Que é a vida? Um frenesi. Que é a vida? Uma ilusão; uma sombra; uma ficção; o maior bem é tristonho, porque toda vida e os sonho, sonhos são.”
Calderón de La Barca.

Liguei pra mamãe.
Em Cesário Lange também está frio.
Falei com o Fer, atarefado com os preparativos da mudança e burocracias.
Dei os bons dias e tomei café da manhã.

Hoje estou com um pouco mais de energia, meu organismo já se adaptando ao frio do outono.
Porque eu demoro muito, fico bastante apática.
Sou do verão, simples assim.

No rádio, músicas de filme.

E hoje é aniversário da querida Raquel Peduti Sab, amiga desde a primeira infância.
Nossos pais também foram amigos.
Morávamos próximas na época da Amando e estudamos nas mesmas escolas.
Até nossas vidas seguirem outros caminhos.
Pra sempre no coração, parabéns bunitaaaaa!
Beijão e presente musical direto da adolescência….

Colhi acerolas pra fazer polpa.
Lavei roupas e toalhas.
Passei aspirador pra dar um truque.

Banho.
Fui no mercado Magu e sempre é bom prosear com o Paulo.
Hora de almoço das meninas, saudades.

20 de abril.
Descobrimento do Brasil?

Trecho da carta de Pero Vaz de Caminha:

“Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali.
Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele.
Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.
Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora.
Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais.
Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora.
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo.”

Deve ter sido muito assustador, para todos, portugueses e índios.
A partir daí, adeus Brasil indígena!
Triste.

E nem poderiam imaginar tudo que viria nesses 5 séculos.
Muito triste!

#forasalles !

 

“Descobrimento
Caravelas no mar à todo pano
Terra à vista, a tripulação se assanha
Cachoeiras jorrando da montanha
Quanta cor, quanta luz, quanto bichano
Onça, paca, tatu, guará, tucano
Cobra, mico, jacu, arara, aranha
Peixe-boi, capivara e ariranha
Que surpresa pro povo lusitano!
Já valeu tanto tempo no oceano
Pra pisar essa terra que ele banha”
Toquinho

Torta de pão de forma.
Até que gostei.

“…eu sei o que eu gosto e eu gosto do que eu sei…”

Zilton Fioravante me enviou essa lindeza do Genesis no bom dia.
Ele é sempre muito carinhoso comigo, belezinha de amigo!

Na tarde.

Um tanto ansiosa.
Mudanças editoriais.
Auto crítica.
As importâncias.

Um pouco de poesia pra serenar.
Manoel de Barros sempre me emociona.

“O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.

Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.

Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!”

Assistindo as homenagens aos 50 anos do Jornal Hoje, Renata Lo Prete disse uma frase com a qual me identifiquei.
Histórias iguais, a dela e a minha.

Aos 10 anos virei telespectadora do JH e, acredito, foi ali que me apaixonei pelo jornalismo.

Ao contrário da Renata, não me formei.
Mas venho escrevendo há décadas.

Escrever é, pra mim, um alívio das memórias, das emoções e das opiniões que, se ficassem aqui dentro, me sufocariam.
E então, escrever tornou-se uma catarse.

Uma catarse das minhas importâncias.

Para reflexão.
“Não é verdade que as pessoas param de perseguir os sonhos porque elas envelhecem.
Elas envelhecem porque param de perseguir seus sonhos.”
Gabriel Garcia Marquez

Resisto.

Seguimos.


Texto: Andrea Morato