“Se eu tivesse a força de não fazer nada, não faria nada. É porque não tenho a força de não fazer nada que escrevo. Não há nenhuma outra razão. É o mais verdadeiro que posso dizer sobre essa questão…Escrevo para não me suicidar.”
Marguerite Duras
Essa Marguerite!
Vai daqui, vai de lá, ela sempre dá um jeito de aparecer nas minhas leituras.
Dormir cedo me fez acordar antes de ser hora de dormir.
E aí fico sem saber se fico ou levanto e começo a fazer tudo em outro horário.
” És um senhor tão bonito
Como a cara..”
Dos meus filhos!
” … tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido…
Entro num acordo contigo…
És um dos deuses mais lindos…
Ouve bem o que eu te digo…
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos…
Num outro nível de vínculo…
E te ofereço elogios…”
Muitas saudades.
Pedi lanche a meia-noite.
Santo Piritas, Batman!
Cheeseburguer+chedar.
Laricão total.
Ahhhhhh, céu azul espetaculoso!
Sem fome, claro.
Os bons dias bons.
Falar com a Silvinha, com a mamãe, delícias do viver.
A prática de hoje me fez chorar nas intenções pra todos os amados.
Foi muito maravilhoso. Me senti absolutamente vibrante.
Minha casa é a melhor fonte de abundância pra minha alma.
Reorganizei os vasos.
Está tudo lindo, em botão, florindo, luz divina.
Também dessamarrei e tornei a amarrar o pé de tomates. Contei 13, em vários estágios.
A couve-flor gostou do canteiro e está indo muito bem.
Rúcula em plena produção e as menores, da cunhada Márcia, começam a tomar forma.
Muita água pra combater a falta de umidade.
As rotinas internas da casa.
Roupas lavadas.
Muito aquecida, por dentro e por fora, dei um trato no banheiro, tomei um banho gostoso e parti pra rede com o Villa-Matas.
” As pessoas que viajam sozinhas tem um sexto sentido, uma espécie de facilidade ou capacidade de percepção muito superior àquelas que viajam acompanhadas e ficam o tempo todo falando como maritacas e nada percebem incapazes de captar detalhes como o que Mayol pegou no ato…na igreja do mosteiro dos Jerônimos…”
Que também foi nosso primeiro passeio, em Lisboa. Se a memória não falha…mas, sim, foi muito impactante toda aquela suntuosa construção, os túmulos de Camões e Vasco da Gama, o claustro, os jardins, o museu.
E, depois, bem ao lado, o mais tradicional pastel de Belém, huuuummmm…
Federico Mayol, assim como eu, se apaixonou por Lisboa.
Dia de brócolis, que gosto muito.
Melhor, estou comprando de um verdureiro que passa de carriola, custa $3, dois a menos que no mercado. Orgânico e limpo.
Ouvi na tv que a Fepasa completaria hoje 145 anos.
A importância da ferrovia pro crescimento das cidades do interior de São Paulo, no caso da Fepasa, e mesmo da interiorização do país todo, como a RFFSA e outras.
Sempre gostei de andar de trem. É uma liberdade de movimento, outra vibe. E tinha o vagão restaurante e a varandinha, o banheiro de inox.
Fiz muitas viagens.
A primeira de cada um dos meus meninos foi da estação do bairro até Rubião Jr.
Meu irmão Erik foi fepasiano.
Assim como tantas e tantas pessoas daqui, inclusive meu sogro.
Meu amigo Roque Ferreira foi da RFFSA.
Fui pra Brasília de trem.
Viagem e viagem inesquecíveis, o verde do cerrado invadindo todo o vagão, num colorido impressionante.
E fui no trem, ex- sonho azul, pelo nordeste.
Saímos de São Luiz do Maranhão rumo a Terezina e, depois, Fortaleza.
O trem quebrou no meio do Piauí, só areia, babaçu e maconha, um único porco no mercado, naquele dia, pra alimentar a população da vila em que estávamos.
E saímos de carona de caminhão até Terezina.
Uma tristeza da política de privatização, a venda e sucateamento absurdo das nossas ferrovias.
Poderiam ter sanado as más gestões, tirando fora quem não estava ali pra trabalhar.
Poderíamos ter esse meio de transporte não poluente, de baixo custo, com muita qualidade.
Infelizmente venceram os interesses políticos e bocas de corrupção de empreiteiras, o cartel do petróleo e tals, enfim.
Bora falar do que é bom e interessa.
Andar de trem é um tesão!
Sinto saudades!
Essa locomotiva é do museu Catavento, em São Paulo.
Temos aqui em Botucatu, em frente a antiga estação.
Também em Uberaba.
Ahhhhhh, que delícias as viagens de Campinas a Uberaba de trem.
Diego adorava, fomos várias vezes.
E fui com ele, Erik e o Marco.
Fui de trem buscar meu enxoval.
E viajamos Espanha, França, Bélgica e Holanda de trem, nós três.
Na viagem pra Espanha, com meus filhos, trem com velocidade de 311km/h. Conforto e segurança, preço ótimo, poltronas reclináveis até na passagem mais barata, internet. Levamos o lanche, tem mesa entre poltronas e tem arranjos diferentes de lugares. Privacidade.
E as estações? Luxo arquitetônico, modernidade, estações de vários estilos e épocas.
A Estação da Luz, em São Paulo, lindaaaa! Onde cheguei com o grupo Xamã pra apresentarmos no festival da APEOESP.
As estações do interior, cidades com a primeira letra do nome pela ordem…
Nossa viagem de trem pra Chavantes, com Dayse e Fernando. Aventuras de adolescentes. Bom dimaaaaiiiissss!
Quando trabalhei como pesquisadora e, depois, como supervisora de campo, no Ibope, ia até Prudente de trem pra poder ficar mais tempo em casa.
Saia daqui no domingo a noite e chegava lá com o dia amanhecendo, lindo lindo.
Fui visitar a Anginha Donini em Assis, quando ela estudava lá, nos anos 1990.
Acredito que foi minha última viagem de trem.
Lembro muito bem do frio.
A estação de Assis era muito parecida com a nossa.
Em Bauru, quando estudei na Fundação, fiz um amigo do pra sempre, Roque Ferreira.
Assim como Bel Fornazari e Renata Diogo, Alcir e os que já não estão mais aqui, Glauco e Paulinho Bariri.
Roque Ferreira era da ferrovia, era também professor do Senai, estudava conosco e militava.
Vereador por várias legislaturas, é muito atuante e, agora, candidato a prefeito pelo PSOL de Bauru.
O entroncamento ferroviário de lá foi fundamental na expansão desenvolvimentista do centro oeste.
Muitos crimes ambientais e contra a população indígena também foram juntos.
Sempre a dualidade da vida em sociedade.
O lado bom e o lado ruim.
O equilíbrio é a busca fundamental.
Em todas as relações.
Hoje é o dia 3 de isolamento a pedido.
Sem notícias do resultado do teste.
Ansiosa pra chegar segunda-feira.
Os números tristes estão absurdos.
O PanDemônio também.
Foragida com prisão domiciliar.
I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL!
Botucatu voltará pra fase laranja.
Nada de bares e restaurantes.
Muita vontade de encontrar com os amigos pra comemorar a vida.
Para reflexão.
Resistiremos!
Seguimos.
