“Assim, o encontro dos dois tivera a importância de uma aventura. Tinham-se desde logo agarrado um ao outro por fibras secretas. De resto, como explicar as simpatias?”

Ahhhhhhh, as amizades!

Já apaixonei pelo novo livro, de Flaubert,  Bouvard e Pécuchet.

Retornos.

“Oi querida!! Espero que sua noite esteja linda e sossegada… Foi muito legal ler seu texto “179”!!
Fez lembrar minha infância no Espírito Santo, onde morávamos numa chácara em que toda a entrada haviam pitangueiras!! É uma das minhas frutas prediletas! As vezes chego a pensar que não é o sabor da fruta que me faz gostar tanto, mas sim, todas as lembranças boas de levadesas e pés no chão que passei naquele lugar!!! Obrigada por compartilhar o dia-a-dia conosco!! Confesso que essa leitura é a introdução do meu sossego após o sono do João!!
Mil beijocas!!”
Wanessa Viana

Rita Lee no Saia Justa.

“Temos que compreender o que está acontecendo.
Somos uma raça híbrida.
Eu sou hippie. Nós jogamos a semente.
Estamos fazendo uma viagem para dentro de si, com a pandemia.
Tudo tem um propósito.
Acho arrogante a raça humana se achar a imagem e semelhança de Deus.
Desse Deus eu sou atéia.
Mistérios sempre hão de pintar por aí.
Aprender a ouvir.
Sozinha, no escuro, eu ouço.”
Rita Lee

Pra ouvir o outro…

Ahhhhhhh, quanta alegria já ao acordar.
Boas notícias do filhão Diego.
Boa piadinha infame do irmão Erik.
Céu azul e passarinhos.
Luxo é ser provadora oficial do Fernando Amando.
Torta de alho poró maravilhosa.
Recomendo muito.
Hoje seria aniversário do querido tio Rubens Delmanto.
Com uma família linda e amorosa, deixou muitas saudades.
Parabéns tio, valeu!

Os bons dias bons.
Plantas e rotinas.
Reserva pros 60, ok.
Mochila pronta, vou visitar a mamãe.

No rádio.
A possibilidade do mega reacionário, ” meu primeiro patrão”, ser candidato a prefeito, me deu gastura.
A pessoa não cansa de buscar uma teta pra mamar.
Que vergonha!

Manhã com música dos anos 1980.
Caetano sempre atual.

Mamãe tranquila.
Pretinha na creche.
O assunto preferido: vamos pra praia, ebaaa!
Tá chegando!

Na Ferrô.
Boa notícia: na próxima semana poderemos voltar a usar os chuveiros.
Fiz o km de crawl em 34 minutos.
Pensamentos centrados nas mentiras deslavadas das aulas de história, no La Salle, perda enorme da educação durante a ditadura…e agora, novamente, essa manipulação de informações, o compadrio, a intolerância.
Deixei tudo lá, na água fresca que tão gostoso me acolhe a cada treino.

Conversei com Diego e fiquei com o coração tranquilo.
Ahhhhhhh, amor!

Daí, então…

Perto da rodoviária um carro branco me abordou.
CTD 9037, a placa.
Dentro, um cara bem obeso, de barba e bigode.
–  Eu faço tipo Uber.
–  Não tenho interesse.
–  Eu faço barato…
Saí andando.
Interessante é que havia outras pessoas na rua, mas ele não abordou.
Acelerou e partiu.
Não consegui enxergar verdade no tal.

Sou mais, bem mais, muito mais, do que os que não me conhecem vêem em mim.
Em casa.

Gostoso prosear com minha prima Adriana.

Decisões culinárias.

Calor, calor, calor.

Na tv.

O tal insano, habitante do Alvorada, disse que o Brasil é o país que mais protege o meio ambiente.
Chega a me dar ânsia.
O país em chamas.
O ministério público já investigando os agropop que começaram as queimadas do Pantanal.
E agora Tocantins também queimando.

O que será que sentem os que fizeram arminha e diziam “é bom Jair se acostumando”?
Provavelmente nada, né?

Triste ?? desgovernado!

Minha indignação não cabe em mim.
Tudo que espero é que a ONU e um tribunal internacional intervenham.

E, olhando pro céu, eu peço chuva, muita chuva pra que sobre um pouco das matas e dos animais.

Um poema

“O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e
sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo
que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces
de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito,
porque gostava de carregar água na peneira.
Com o tempo descobriu que
escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser noviça,
monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor.
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios
com as suas peraltagens,
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos!”
Manuel de Barros

Resistir dia após dia ad infinitum.

Seguimos.