Na família da minha mãe tem jornalista, escritor, colecionador e pesquisador.
Na do meu pai não tem nada disso.
Estou falando de tios deles.
Mas meu pai gostava de contar histórias.
Então devo ter herdado das duas famílias.

Meu pai me contou várias vezes que os pais de sua mãe Isaura, vieram da cidade de Lucca, na Itália. Ela pra ser telegrafista, ele pra tocar na banda, maestro talvez.

Se é verdade ou mentira, talvez meus tios leitores possam esclarecer.

Fato é que hoje é aniversário de Anhembi, a cidade original da minha família paterna.
Os Morato do Amaral.

Cabe aqui uma verdade.
De todos os filhos do meu avô Ismael com minha avó Isaura, meu pai é o único que não tem o Amaral.
E nunca saberemos porque.
Assim como os irmãos do segundo casamento de Ismael com Teresa, de filhos Tobias Morato.

Coisas de Anhembi, dos tempos, ou sabe lá o que.

Relato do meu tio, Gilberto Tobias Morato:
“Mas os Moratos já estavam por aqui muito tempo antes.
Vou contar só  uma história das  que seu avô me contou .
Ele foi criado junto com a avó  dele e ela tinha um tipo de pousada na beira do Tietê,  onde paravam os boiadeiros com as boiadas.
Ela tinha que se virar com as misturas e não existia geladeira.
Os pescadores pegavam  aqueles peixes grandes então ela tinha um cercado no rio com madeira ( onde mantinha os peixes) e, quando os boiadeiros chegavam, iam escolher os pintados que queriam comer. Aí entra uma história do seu pai. Quando ele foi visitar o Japão me contou que os peixes ficavam vivos nos restaurantes  e podia escolher o que queria comer. Igual a avó do seu avô.”
Meu tio querido, grande guardador da memória familiar. Gratidão.

E o que fica no pra sempre é o quintal com o pé de uvaia, o grande Flamboyant, o café com pão e manteiga, os cheiros da casa, os banhos na sulfurosa e no rio, a olaria do vovô, as festas do divino, bailes e a praça que guarda muitas emoções.

Parabéns querida Anhembi!

(Fundada por conta das Bandeiras, que dizimaram parte da população indígena de São Paulo,  fizeram mestiços e povoaram o interior.
Na minha opinião só aprendi mentiras históricas sobre o Brasil durante minha educação regular.
Vivas pra literatura séria.)

E a quarta-feira outonal está ventosa.
O jardineiro veio e o quintal está em festa. Cheiro bom.

Lendo as notícias, que desânimo.

O desgoverno promovendo sandices, ainda querendo ter razão.
O ministério da saúde na mira de insanos que acham que pobre não pode fazer quarentena.
É a população mais carente que tem que ser protegida, pooooorraaaaaaa!
E carreatas pelo fim do isolamento, com pessoas protegidas em seus carros usando máscaras, pasmem!

Trump, o pateta americano, cortou a verba destinada a OMS. Parece que o presidente foi indicado pela China e esse é o motivo.
Houve manipulação de informações e dados?
Realmente eu não entendo nada da política mundial.

Só sei que sempre fico chocada com tanto ego e pouca empatia.
Feio dimaaaaiiiissss.

A questão dos CPFs continua. E as filas também.
R$600, a epopéia da maior parte da população brasileira.
O Senado quer ampliar, o ministério da economia não.

Taxas de isolamento social caindo.
Números tristes aumentando.

O Supremo começa a discutir hoje de quem é a decisão sobre as restrições sociais, se da união, Estados ou municípios.

Eu continuo com medo.
Por mim, por minha família e amigos.
Por pessoas que conheço.
É muito triste pensar em morrer por falta de ar.

O Tocantins teve a primeira morte por Covid 19.
Agora já são todos os Estados do país com famílias devastadas.

No mundo já são  mais de 2 milhões de pessoas contaminadas.
A informação é da OMS.
E pensar que tem gente ainda acreditando que é mentira, comunismo, golpe.

No Brasil, quase 2 mil mortes depois e com milhares de infectados, temos um eleito que procura um ministro que o apóie em sua política genocida.

A liberdade de escolha é pessoal.

#fiqueemcasa

“Escrever é tomar decisões constantemente…”
Rubem Fonseca, o grande escritor, romancista, historiador, que fez a passagem hoje.

Seguimos.