Acordei movida pelo calor.
Céu azul pleno, verânico.
Plantas, jornal do rádio, café da manhã.

A saga da geladeira que a Brastemp ainda não entregou.
Começo a ficar apreensiva.
É um desleixo do Magazine Luiza, que cede a plataforma e, então, tem que se responsabilizar.

Bons dias.
Saí.
Missão vestido da avó do noivo.

Estamos a 10 dias do casamento, 20 do meu aniversário, 7 pra chegada do Lucas.

Um conto.

“Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.”
Clarice Lispector

Com a mamãe.
Pessoas ma-ra-vi-lho-sas da loja Garopa.
A loja também está muito bunita, na nova sede, na Dom Lúcio.
Paula e Caio fizeram a alegria da Marqueza, que ficou linda, chiquérrima.
Mais uma missão cumprida, eba!

Todos procurando água fresca.

Na Ferrô.

Raias lotadas.
Que bacana.
A natação vai conquistando as pessoas, que começam fazendo aulas duas vezes na semana e, depois, criam o hábito e o clube se torna o ninho diário.

Vivas pro esporte!
Perdi 7 kgs em 8 meses, sem sofrer e sem restrições.

Fiz o km e meio de revezamento em 55 minutos.
Aproveitei pra pensar no mês que teremos com alegria.
São muitas emoções e o coração de mãe meio vazio.
Diego fará falta, muita.
Lucas vai ter que dar conta da carência e das saudades.
Ano que vem vai dar certo.
A vacina virá, eu acredito!

Agenda 1998.

” No trem pra Assis, por do sol, conflitos familiares, o vendedor, o chefe.
Bem louco andar de trem depois de tantos anos.
Cheguei às dez e meia, noite de vento.
A casa da Neca ( Anginha) é como ela descreveu e eu visualizei.
Plantinhas na varanda, gatos no muro e árvores no quintal..
Já é amanhã. Zizi Possi. Frio.
Assis é vento.
Rodin, Camile, Clarice.
Histórias, fofocas históricas, considerações.
Filosofia, psicologia.
Harmonia e paz.
Fiz a opção correta ao vir.”

Interessante eu chegar a julho de 1998, quando eu lia A Paixão segundo GH, nesse momento do centenário de Clarice Lispector.

Saudades dessa amiga amada.
Quase um ano que não nos vemos.
A foto é de 2016, quando passamos uns dias juntas no paraíso que ela mora, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro.

Em casa.
Pernilongos agressivos.
Calor calor calor.

Filé de frango e salada de tomate e couve.
Suco de acerola.

Amanhã seria aniversário da Cássia Eller.
A coluna está aberta pra quem quiser participar.

Tudo bem, tudo bom.
O viver é um encantamento constante.

Para reflexão.
“Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero.
Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce dificuldades para fazê-la forte,
tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.”
Clarice Lispector

Resistir e persistir na resistência.

Seguimos.