Em 1969, quando os primeiros homens pisaram na Lua, eu estava com meus pais e irmãos no apartamento em que morávamos, no edifício Minas Gerais, na rua Amando.
TV preto e branco, telefone de 3 dígitos, Cely Campelo na vitrola, estudando no Cardosinho, frequentando a banca do seo Pires com papai, muitas tardes no BTC, passeios de bicicleta na praça do Bosque, fotos no Foto Rocha, brincadeiras com amigas na praça do Paratodos, missas na N. Sra.de Lourdes.

Pai e mãe dentistas.
Papai no Cardosinho e no consultório em cima do Minetto.
Mamãe trabalhando alguns dias por semana em Anhembi.

Uma família muito feliz.
A minha amada família.

Olhando pra trás fico encantada com o tempo e as transformações.

Dez anos depois eu estava grávida do meu primeiro filho!

O casamento dos meus pais terminou durante a minha adolescência mas a nossa família nunca se separou afetivamente.

Foram muitas mudanças, físicas e de formato, mas o amor e amizade, ahhhhhh, eita delícia de relações.

Papai sempre foi o pilar da família.
Mas foi minha mãe que segurou a onda.
Moramos com ela de várias maneiras e em muitas casas.
Mamãe sempre fortaleza, nem dura demais nem permissiva demais.
Mamãe nosso centro das atenções.

Até meu pai voltou a morar na casa dela em determinado momento. E foi muito bacana e divertido.

Como mãe também já tive vários formatos.
Com meu primeiro filho morei com mamãe e, depois, com marido.
Mais um filho e mudamos pra Rondônia.
Mamãe esteve várias vezes conosco em Vilhena. Papai também.

De volta a Botucatu e findo o casamento, foi com mamãe que voltamos a morar.

Mais tarde éramos só eu e meus meninos.
Mamãe voltou pra Uberaba e foi morar com seus pais.
Depois moramos com meu pai até ele partir. E foi muito bom.
Mamãe sempre vinha pra cá ficar conosco.

Meu filho mais velho foi morar com sua namorada. Meu filho mais velho tornou-se pai.
Me tornei avó morando com meu filho mais novo e um novo companheiro.
Mamãe sempre por perto.

Quando finalmente compramos nossa casa, meus avós já falecidos, minha mãe e meu irmão mais novo voltaram pra Botucatu.

Logo meu irmão do meio também voltou, com uma nova família.
Mais alegria pra todos nós.

Daí chegou a hora do meu filho mais novo buscar seu caminho profissional.
Ele saiu de casa, meu segundo companheiro também se foi pra outras histórias, e eu fiquei aqui.

Com o fim do casamento do meu
filho, foi com a mamãe que ele foi
morar.

Pela primeira vez na minha vida comecei a morar sozinha.
Experiência desafiadora e a qual me adaptei de maneira gradual.
Hoje me sinto muito bem assim.

Um novo casamento do meu filho, mais uma neta, nova separação e, mais uma vez foi morar com a avó até partir pra conquistar o mundo.

Meu irmão mais novo mudou de cidade. Foi e está vivendo um relacionamento bacana, que também nos trouxe novas pessoas e alegrias.

Mamãe também mora sozinha.
Ela continua sendo o centro da família e estamos sempre a rodeando.

Ela é uma jovem senhora com mais de 8 décadas de história.
É uma mulher bonita e muito vaidosa.
Inteligente e culta, orgulhosa de sua família e da família que construiu.

Somos três irmãos.
Eu tenho dois filhos.
Meu irmão tem três.
Meu irmãozinho tem uma.
Tenho duas cunhadas espetaculares, parceiras e presentes.
Minhas ex cunhadas são queridas e também fazem parte da família.
Meus sobrinhos são seres maravilhosos.
Eu tenho duas netas.
Meu irmão tem um.

Mamãe linda, mãe de três filhos, avó de seis netos e bisavó de três.

Minha vontade de contar essa história vem do fato de que tenho tido muito tempo pra pensar e avaliar todo o valor de nossa rica vida em família.

Assim como meus avós, minha mãe soube, a sua maneira, nos manter próximos e muito afetivamente ligados.

Essa é a melhor parte da minha vida.
Essa é a minha melhor emoção.

Sou apaixonada pela minha mãe!

Mais um ano não estarei fisicamente com meus filhos tãotão amados
Mas está tudo bem.
“Longe dos olhos mas sempre no coração.”

Até a próxima queridos leitores.

E feliz dia das mães e pães pra todos nós!