Os ônibus Mosqueteiros I e II participaram de momentos icônicos da história do Corinthians, como a invasão corintiana em 1976, o título paulista de 1977 e a democracia corintiana, na década de 1980.

Os ônibus Mosqueteiros I e II participaram de momentos icônicos da história do Corinthians, como a invasão corintiana em 1976, o título paulista de 1977 e a democracia corintiana, na década de 1980.

O Grupo Caio, de Botucatu, será responsável por restaurar dois icônicos ônibus do Corinthians. O Mosqueteiro I, histórico ônibus do clube, que estava encostado em uma área na parte da sede social, deixou o Parque São Jorge nesta quinta-feira, 24, guinchado rumo a cidade a Botucatu, onde será totalmente restaurado.

A conquista em preservar um patrimônio histórico do clube é iniciativa do ex-diretor jurídico do Timão, Herói Vicente, do assessor de compliance Celso Campello, ambos integrantes da chapa 21 “LIBERDADE CORINTHIANA” que estiveram em reunião com o Marcelo Ruas, diretor do Grupo Caio, tempos atrás, na companhia e apoio do vereador Lelo Pagani; também participou da empreita o vice-presidente do Conselho Deliberativo, André Luiz Oliveira, o André Negão. O trabalho para deixar o veículo novo será realizado pela empresa Caio Induscar, que foi já a responsável pela fabricação do ônibus na década de 60.

Herói Vicente é cidadão botucatuense e tem mostrado esforço para trazer ações que conciliem o interesse do município e do Corinthians. O busto-homenagem ao Zé Maria (eterno ídolo alvinegro e igualmente botucatuense) é outro projeto que deverá vingar no futuro; “muito feliz por ter idealizado essa ação maravilhosa, que homenageia nossas tradições históricas e recompõe nosso patrimônio ao mesmo tempo”.

Primeiro ônibus do Corinthians, o Mosqueteiro I foi adquirido no início dos anos 1960. Com carroceria Caio, modelo Gaivota e chassi Mercedes Benz O 355, o veículo ficou famoso por causa do luxo que proporcionava. Itens como bar, iluminação individual para leitura, carpete, cinto de segurança e banheiro, antes impensáveis para os modelos produzidos naquela década, faziam parte da estrutura disponibilizada. Com ângulos e áreas arredondadas, o design futurista da linha também chamava a atenção por onde a equipe de Parque São Jorge passasse.

Ídolos alvinegros como Rivelino, Zé Maria, Wladimir, Basílio foram alguns dos nomes que andaram no Mosqueteiro I, que participou diretamente de momentos históricos. Um deles, a invasão corintiana ao Maracanã, em 1976, quando 70 mil corintianos foram ao Rio de Janeiro para assistir ao jogo contra o Fluminense, pela semifinal do Brasileiro, que terminou com a classificação alvinegra para a final. Registros fotográficos feitos na época mostram torcedores em cima do teto do veículo após a classificação do Timão para a decisão da competição.

Além disso, o Mosqueteiro I foi o ônibus que levou os jogadores para a conquista do Paulistão de 1977, taça que findou o tabu de 23 anos do Corinthians sem ganhar títulos. O ônibus foi aposentado ao final dos anos 1970 sendo sucedido pelo Mosqueteiro II.

A segunda geração, que também passará por restauração, foi outra aquisição de impacto na época. O ônibus com o modelo de carroceria Nielson Diplomata 2.60, motor Mercedes Benz, serviu nomes como Wladimir, Sócrates, Casagrande e Zenon ícones da democracia corintiana.

Segundo André Negão, após a conclusão da restauração os ônibus voltarão a circular caso seja de interesse do clube. “Pode ser usado no transporte das delegações para as competições ou da forma como o clube achar melhor. Se quiserem colocá-los como um item de exposição seja no Parque São Jorge ou na Neo Química Arena também podem fazê-lo”, concluiu.