O Conselho Municipal da Igualdade Racial de Botucatu emitiu nesta terça-feira, 06, uma Nota de Repúdio em relação ao caso de racismo envolvendo alunos da Unesp, que fizeram “blackface”, prática que consiste na pintura da pele com tinta escura e que está atrelada à ridicularização de pessoas negras, durante um trote universitário em uma gincana de uma república, na sexta-feira, 25.

“Repudiamos veementemente o ocorrido e exigimos a retratação dos envolvidos, com a aplicação de todas medidas cabíveis por parte da UNESP, afim de que a punição sirva de exemplo e aprendizado para que atos como esse, não mais se repitam neste ambiente acadêmico”, diz um trecho da nota.

A Unesp abriu uma comissão para investigar o caso.

Confira a íntegra da Nota de Repúdio do Conselho Municipal da Igualdade Racial de Botucatu:

Nota de Repúdio

A Constituição da República Federativa do Brasil, traz no Artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, (…)”

Considerando, Lei n° 12.288 de 20 de julho de 2010, que Institui o Estatuto da Igualdade Racial, vimos por meio desta carta, mostrar nossa indignação e revolta diante dos atos de racismo praticados pelas estudantes da Unesp Botucatu, da denominada República “Tarja Preta”, bem como, todos envolvidos neste evento de caráter hediondo e que para piorar, aconteceu no mês da consciência negra.

Nós do Conselho Municipal da Igualdade Racial de Botucatu-SP, repudiamos veementemente o ocorrido e exigimos a retratação dos envolvidos, com a aplicação de todas medidas cabíveis por parte da UNESP, afim de que a punição sirva de exemplo e aprendizado para que atos como esse, não mais se repitam neste ambiente acadêmico.

Em tempo, há que se reconhecer e admitir que este ambiente é predominantemente ocupado por pessoas brancas cabendo a todos promover as ações afirmativas e políticas públicas necessárias para que se minimize o impacto do racismo na saúde mental e na vida de pessoas negras e seja gerada maior inclusão, justiça e igualdade social.

Todo racismo é uma forma de violência e isso não se tolera, se combate. Ainda mais quando o racismo vem disfarçado de “trote”.