A Secretaria de Saúde de São Paulo vai implantar nos próximos meses uma ampla rede de teleatendimento em saúde que será conduzida pelas universidades públicas e integrará mais de 200 unidades hospitalares em todo o território paulista. A informação foi emitida com exclusividade ao Correio Popular pelo secretário de Saúde, Eleuses Vieira de Paiva, durante entrevista concedida.
De acordo com Paiva, o modelo já está sendo implementado na capital pela Universidade de São Paulo (USP) e está em tratativas para chegar a Campinas e Botucatu na próxima fase. Em Botucatu, o projeto será conduzido pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O secretário relatou que durante o período de teste do modelo da telemedicina, no Hospital Mandaqui, na capital, houve uma redução de 40% no tempo de internação dos pacientes e uma queda da ordem de 30% na mortalidade na UTI.
O percentual de redução, na prática, equivale a abertura de 40% de leitos, já que a menor permanência dos pacientes aumenta a oferta de vagas.
“São mais leitos abertos sem colocar um tijolo ou comprar um respirador”, defendeu Paiva. A superintendência do HC confirmou que o projeto está em andamento e avaliou como positivo, já que deve beneficiar o próprio hospital e reduzir a ocupação que, por vezes, chega a 105%.
A expectativa do Estado é que, em até dois anos, os mais de 200 hospitais estejam com o teleatendimento para consultas e Tele-UTI.
O projeto deve ainda levar atendimentos de especialidades para cidades mais afastadas do interior que não possuem oferta de médicos especialistas, um problema antigo para a Saúde estadual. Por fim, o secretário revelou que pretende implantar a telemedicina nas penitenciárias do Estado, por meio de um programa batizado de Tele-SAP, para evitar que detentos tenham que ser transportados e escoltados durante consultas.