A Caio Induscar, maior empregadora do setor industrial de Botucatu está fazendo cortes em seu quadro de trabalhadores. Empresa produzia 22 ônibus por dia e, agora, 14. As demissões começaram na segunda-feira,7. O Sindicato dos Metalúrgicos afirmou que a expectativa são de 140 demissões.
Segundo a direção do Sindicato, 40 pessoas foram dispensadas até quarta-feira, 9, e outros 100 metalúrgicos não terão renovados os contratos e serão dispensados nos próximos dias.
A empresa não divulgou as razões das demissões, mas o setor de transporte coletivo urbano está enfrentando problemas, inclusive de financiamento.
Esses trabalhadores que estão sendo cortados da linha de produção da Caio Induscar foram contratados há alguns meses para atender grandes contratos com empresas de coletivos. Para atender essa produção a Caio Induscar empregou temporariamente 140 funcionários para produzir até 22 ônibus por dia
Os veículos foram entregues e agora a empresa estaria produzindo apenas 14 ônibus por dia.
“O país está em crise, o presidente não está preocupado com o emprego e sim em se manter no cargo e isso está refletindo no emprego da indústria de Botucatu e de todo o Brasil”, lamentou o tesoureiro do Sindicato, José Carlos Lourenção.
A Anfavea – que agrega produtores de veículos automotores do Brasil – anunciou no início de agosto uma queda nas vendas de chassis para a industria encarroçadora. Se comparado os números de 2017 e 2016, no primeiro semestre de 2017 foram vendidos 1,2 mil chassis e em 2016 foram 1,3 mil.
Além disso há muita confusão no programa Refrota, orçado em R$ 3 bilhões que de certa forma estimularia a produção de ônibus urbano no Brasil, setor em que a Caio Induscar de Botucatu lidera.
A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou (dia 4) um comunicado aos seus associados alertando para os problemas do programa federal ‘Refrota’, de R$ 3 bilhões, utilizando recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. A NTU tem mais de 500 empresas associadas em todo o Brasil.
Com a assinatura dos primeiros contratos do programa de financiamento Refrota, foi identificado pela entidade um problema na alteração dos preços dos veículos no período entre a apresentação do pedido de financiamento no banco e a efetiva assinatura do contrato.
“Segundo o conselho curador do FGTS,os contratos de financiamento com recursos do FGTS não podem sofrer alterações do valor total e da quantidade de veiculos financiados. Assim, se durante o processamento da operação de financiamento ocorrer alteração do preço dos veiculo e se isso não for verificado no ato da assinatura do contrato, a empresa tomadora dos recursos deverá, obrigatóriamente, aumentar a sua contrapartida para completar o valor total de forma a manter o numero de veiculos financiados”, revelou a orientação da NTU.