Leia também:
GCM CHEGOU A SER ALERTADA PARA OUTRA CONFUSÃO
O vereador Abelardo Costa Neto (PMDB) nega ter ofendido e invadido as instalações do PS Infantil, na Vila dos Lavradores, na noite de terça feira. A seu favor cita em nota no Facebook que as imagens do circuito interno de segurança da unidade demonstrará que ele não agrediu ninguém e agiu na prerrogativa do mandato.
O Botucatuonline ouviu algumas pessoas que estavam no momento do desentendimento (e desde o início da tarde do dia 25) e colheu versões diferentes, mas a apenas uma mãe aceitou dar declarações, desde que não fosse publicado seu nome. Também foi apurado que outras confusões ocorreram no PS.
Essa mulher (que autorizou a publicação de suas iniciais J.B.) estava no PS para verificar uma forte febre da filha de seis anos, relatou que de fato o atendimento estava demorado no PS Infantil, na noite de terça feira.
“Levei minha filha no PS do Bairro e como demorava muito e ela estava piorando com febre, a levei no PS de Rubião que rejeitou o atendimento. Não quiseram nem olhar minha filha e disseram que teria de retornar ao Bairro. Quando retornei coincidiu de o vereador chegar. Ele não disse quem era e foi entrando, abrindo portas”, relatou.
J.B. afirmou que muitas mães e pais que acompanhavam seus filhos se dividiram em relação ao problema.
Ela observou que algumas pessoas ficaram a favor do ato do vereador e outros, mesmo achando que o atendimento estava demorado, não acharam justo o tratamento com a atendente que teria relatado, apos a saída do vereador do PS Infantil, ter problemas na dicção das palavras, devido a uma meningite quando jovem e “ela não conseguia falar, por estar nervosa e ficava gaguejando”.
“De verdade, o atendimento estava horrível, muito demorado. Eu cheguei entre oito e meia e nove horas e fiquei até as duas horas da manhã (desta quarta-feira, 26) para ser atendida, mas, havia uma mulher que estava desde o início da tarde no Pronto Socorro e não tinha sido atendida, até aquela hora da noite. Ela chegou ajoelhar pedindo ajuda, mas ninguém ajudou. Essa mulher dizia que não tinha dinheiro para alimentar a criança que estava na unidade desde a tarde e naquela hora chorando de fome”.
Nesse momento as demais mães e pais que estavam na unidade novamente começaram a reclamar e protestar contra a demora. “Depois as coisas se acalmaram”, destacou J.B.
A confusão com o vereador Abelardo e o problema dessa mãe desesperada com a falta de alimentação da criança na unidade (totalizando quase dez horas de espera) não foram os únicos problemas no PS Infantil.
Outras testemunhas contaram e J.B. confirmou, houve um caso de agressão feita por um senhor de aproximadamente 50 anos contra uma criança de dois anos aproximadamente.
“O homem deu um tapa na criança e umas mulheres se levantaram para impedir a continuidade da agressão. O homem parou de bater depois disso”, lembrou.
J.B. contou que não é a primeira vez que verificou o mal atendimento do PS Infantil na Vila dos Lavradores.
“Da outra vez que estive aqui com minha filha, fiquei horas e horas esperando o atendimento e nem tinha tanta gente. Não sei o que eles ficam fazendo lá dentro. Esta mesmo ruim o atendimento, mas acho que a funcionária não tem culpa, quem dá atendimento é o médico”, ponderou.
GCM CHEGOU A SER ALERTADA PARA OUTRA CONFUSÃO
O Botucatuonline apurou junto à Secretaria Municipal de Segurança e Direitos Humanos, os relatos de confusão no PS Infantil, após os problemas envolvendo o vereador.
Adjair de Campos, titular da pasta relatou que a GCM ficou do momento em que foi acionada para apurar os fatos envolvendo o vereador e a atendente até por volta de uma hora da madrugada.
O secretário contou que em um determinado momento a guarnição da GCM estava num atendimento em Rubião e teria sido acionada para retornar ao PS, devido a informações de que os pacientes estariam novamente tumultuando a unidade pela demora, mas antes de dar o atendimento, a unidade de segurança foi informada que o problema havia sido apaziguado.
Conforme apurou a reportagem do Botucatuonline, esse foi o momento em que os pais de pacientes se revoltaram com o desespero da mãe que estava desde a tarde no PS, sem alimento para sua filha, e pedia atendimento da criança que chorava de fome.
Apesar das confusões no PS, o único registro feito pela GCM foi o caso do vereador e a atendente, que foi encaminhada ao Plantão da Policia Civil. Os casos relatados por pacientes que aguardavam atendimento não chegaram a ser oficializados.
