(ATUALIZADO) – Um trabalho que avaliou os efeitos da cloroquina no tratamento da Covid 19 em pacientes com infecção leve e moderada, contou com a participação de profissionais da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu e Hospital das Clinicas, unindo-se a 55 hospitais e instituições de ensino médico, para realizar a pesquisa que teve seus resultados publicados na ultima sexta-feira, 24, no The New England Journal of Medicine (NEJM). Confira apesquisa e a reportagem da revista no link 
O estudo revelou que o uso de hidroxicloroquina isolado ou em combinação com a azitromicina, entre pacientes internados com infecção leve a moderada pelo COVID-19, não melhora a condição deles após 15 dias.
Foram recrutados 667 pacientes, incluindo 504 pacientes com Covid-19 confirmado. Um total de 217 pacientes foram aleatoriamente designados para receber hidroxicloroquina mais azitromicina, 221 para receber hidroxicloroquina e 229 para receber atendimento padrão (grupo controle).
Os pacientes que receberam a hidroxicloroquina, com ou sem a azitromicina, tiveram mais eventos de prolongação do intervalo QTc e aumento de enzimas hepáticas do que pacientes que não receberam a hidroxicloroquina.
O aumento do intervalo QTc (frequência cardíaca corrigida), no eletrocardiograma, está associado a arritmias cardíacas, informou a assessoria de imprensa da Faculdade de Medicina.
O estudo incluiu pacientes com 18 anos de idade ou mais e que foram hospitalizados com suspeita ou confirmação de Covid-19 com 14 ou menos dias desde o início dos sintomas.
“Entre os motivos da exclusão do estudo, estava o uso de oxigênio suplementar a uma taxa superior a 4 litros por minuto, administrada por uma cânula nasal ou a um nível de pelo menos 40%, administrada por uma máscara de Venturi; o uso de oxigênio suplementar administrado por uma cânula nasal de alto fluxo ou ventilação invasiva ou não invasiva; uso prévio de cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina ou qualquer outro macrólido por mais de 24 horas antes da inscrição (e desde o início dos sintomas); e história de taquicardia ventricular grave ou achados eletrocardiográficos com intervalo QT corrigido (QTc) de pelo menos 480 mseg.Apêndice suplementar . Todos os pacientes forneceram consentimento informado por escrito ou eletrônico antes da randomização.”, revelou o estudo.
“O tratamento padrão atual para o Covid-19 ficava a critério dos médicos responsáveis. Foi permitido o uso de glicocorticóides, outros imunomoduladores, antibióticos e antivirais. A administração de hidroxicloroquina ou cloroquina não foi permitida no grupo controle, e o uso de macrólidos não foi permitido no grupo controle ou no grupo isolado com hidroxicloroquina. Foi fornecida orientação aos pesquisadores sobre como ajustar ou interromper o tratamento de acordo com os efeitos colaterais e anormalidades laboratoriais”, divulgou a pesquisa no The New England Journal of Medicine.
O trabalho no Brasil, segundo o The New England Journal of Medicine, foi aprovado pela Agencia Nacional de Ética em Pesquisas e também pela Anvisa e teve patrocínio da empresa farmacêutica EMS Pharma, que não participou da investigação, mas forneceu os medicamentos para os testes.

A EQUIPE DO TRABALHO NA FMB E HCFMB DE BOTUCATU

O trabalho em pacientes internados no HCFMB foi liderado pela professora do Departamento de Clinica Médica, Marina Politi Okoshi (investigadora do Coalizão Covid-19 Brasil).
Na equipe trabalharam no estudo o professor Alexandre Naime Barbosa, a Drª. Suzana E Tanni, Dr. Diego Queiros, Drª. Monica Mendes, e Drª. Liana S Coelho.

“Gostaríamos de destacar a participação de toda a equipe da UPECLIN (Unidade de Pesquisa Clínica), gerenciada pela enfermeira Ana P Piloto; entre as coordenadoras, participaram: Dra. Luana U Pagan, Drª. Mariana Gatto, e Drª. Priscila Portugal”, lembrou professora Marina.

 

(com assessoria)