Por Gesiel Junior, de Avaré
Especial para Botucatu Online
Frente à notícia da confirmação do primeiro caso suspeito de coronavírus no Brasil, a Arquidioceses de Botucatu já começou a realizar mudanças no ritual litúrgico das celebrações eucarísticas para combater a disseminação e a contaminação do chamado Covid-19.
A exemplo das arquidiocese mineiras de Belo Horizonte, Uberaba e Juiz de Fora, a de Botucatu divulgou na tarde desta quinta-feira, 27, comunicado aos padres e ministros que orientem os fiéis a receber a eucaristia nas mãos e não diretamente na boca. Ao invés do abraço da paz na missa, a orientação é buscar fortalecer o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo.
“Na oração do Pai-Nosso, no lugar de unir as mãos, o cuidado é que seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão”, orienta a nota da Cúria Metropolitana de Botucatu.
O coronavírus é de uma família de vírus que causa infecções respiratórias. O novo agente foi descoberto em 31 de dezembro de 2019 após casos registrados na China. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.
O primeiro caso da moléstia viral no Brasil foi confirmado na terça-feira, 25, pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que deu entrada no hospital Israelita Abert Einstein, com histórico de viagem para Itália. Ele se encontra em isolamento domiciliar.  Diariamente ele está sendo monitorado por uma equipe da vigilância.

DEFESA DA VIDA

Confira o texto completo da mensagem enviada hoje ao clero e às comunidades eclesiais pelo arcebispo metropolitano de Botucatu, dom Maurício Grotto de Camargo:
“A Arquidiocese Sant’Ana de Botucatu, em comunhão com a Igreja em todo o mundo, está sempre comprometida com a defesa da vida, com o bem estar de cada pessoa.
A vida é dom precioso de Deus e por isso mesmo, deve ser preservada e promovida, em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio, com a morte natural.
Por isso mesmo, a Igreja une-se aos que hoje buscam combater a disseminação do coronavírus, uma ameaça à saúde, principalmente dos idosos e enfermos.
Nossa orientação ao povo de Deus, em nossa Arquidiocese, em suas quatro Regiões Pastorais, é que, durante as missas, em vez do abraço da paz, busquem fortalecer ainda mais o sincero sentimento de bem-querer em relação ao próximo. Na oração do Pai Nosso, no lugar de unir as mãos, seja cultivado com mais intensidade o compromisso com a fraterna comunhão.
Aos nossos irmãos sacerdotes, pedimos que orientem os fiéis a receberem a Sagrada Eucaristia nas mãos, acolhendo Cristo enquanto se reza pelo irmão enfermo.
No serviço e no amor ao Reino de Deus, nos unamos nesta missão e que o Bom Deus, com a intercessão de nossa Padroeira Senhora Sant’Ana, nos abençoe e fortaleça”.