O nome veio dos romanos.

“Local onde o pôr do sol fazia a água fervilhar.”

O Mar Mediterrâneo faz ondas revoltadas, quando se encontra com o Oceano Atlântico, ao pé das falésias de 50m de altura que tem por lá.

Só ali, em Portugal inteiro, coexistem duas costas: a meridional e a ocidental.

O Algarve, ahhhhh, o Algarve!

O Promontório é o ponto mais sudoeste de toda Europa continental, e tem uma beleza natural impressionante.

É de babar, mesmo!

Aí você fica sabendo a real da aula de história ao vivo: foi de Sagres que partiram os exploradores portuguêses, ainda no séc XV, rumo ao desconhecido.

Era senso comum, então, que era ali, em Sagres, que a Terra acabava, ufaaaaa…

E tem mais um detalhe, dessa vez esotérico.

Os monumentos megalíticos ali encontrados provam que Sagres, assim como o Cabo de São Vicente, que está situado ali do lado, eram antigos locais de devoção, com menires datados do séc IV e III ANTES DE CRISTO!!!! Antes de Cristo é dimaisssss! Ao vivo, entende?

É um lugar onde a natureza, o homem e o sagrado estão em comunhão, desde sempre.

E aí vem o personagem histórico, o Infante Dom Henrique. Ele mesmo, o pai de Dom Sebastião, “O desejado”, da aventura anterior.

Dom Henrique foi a figura histórica mais influente da história de Sagres, a “Vila do Infante”, num primeiro momento.

 

Dom Pedro era o regente, Dom Henrique seu irmão.

Henrique queria descobrir, desmistificar, conquistar.

Pediu ao irmão regente a doação daquelas terras inóspitas. Construiu um prolongamento humano no rochedo, fortalecendo a política de expansão portuguesa.

A Fortaleza de Sagres foi, por séculos, principalmente uma praça de guerra.

Foi ali que Henrique se inspirou para suas viagens de descobertas, o que transformou aquela zona num centro de atividades marítimas, com a construção de caravelas e iniciando a exploração da costa africana.

A fortaleza de Sagres é um monumento nacional. Infelizmente estava fechada para visitas quando estive por lá, dias atrás.

A Fortaleza original, construída pelo Infante no séc XV, foi destruída por Sir Francis Drake – ele mesmo, o famoso pirata! – no séc XVI e reconstruida entre o XVI e o XVIII.

E então, vamos aos fatos da memória escolar sobre a tal Escola de Navegação de Sagres.

Acreditamos. Ouvindo e memorizando. 10 nas provas do La Salle.

Nada disso.

A carta testamentária de Henrique mostra que o objetivo dele era ter, em Sagres, um ponto de assistência e alimentação de navegadores.

A existência da Escola de Navegação de Sagres é controversa. Carece de provas concretas, pasmem!, o que nos fizeram decorar nas salas de aula.

Depois do fim das navegações, num momento uepa de marasmo, deprê, os escritores buscam a promoção da figura de Dom Henrique pra dar um up e, aí, começa a criação do mito da Escola de Navegação de Sagres.

 

A historiografia romântica enraizou o mito na memória coletiva portuguesa e invadiu a história do Brasil que interessava a uns tantos governantes.
Ahhhhh, mitos.

Atualmente, o que se acredita é que a curiosidade do Infante e sua busca por conquistar o mar oceano foi, realmente, importantíssimo para a expansão de Portugal.
Esses navegadores, que estavam por lá, no PROMONTORIUM Sagres, no séc XV, foram os que criaram as bases da navegação astronômica, que, podemos dizer, foi uma das melhores coisas que os Descobrimentos fizeram pelo bem planetário.

FORTE DO BELIXE

Perto do Promontório, do lado direito, tinha um convento franciscano, que recebeu um anexo, o Forte do Belixe, por ordem de Dom João III, para protegê-lo dos piratas. Não adiantou.

Já estava no mapa da região algarvia em data anterior a 1587.

Francis Drake fez a festa completa.

O Forte foi reconstruído no séc XVII, por Felipe III.

Aquele terremoto, o de 1755, também causou grandes danos por ali e esse Forte acabou sendo abandonado até ter uma parte recuperada nos anos 1950.

Atualmente tem apenas uma pequena área de muralha e acesso ao mar, para visitação.

A capela de Santa Catarina – pra quem não sabe, a protetora dos loucos – do convento – não mais ativo- está interditada por conta de um desmoronamento ainda nos anos de 1990 do séc XX, que teve verba aprovada agora, em 2017, pra restauração e , depois, visitação pública.

FAROL DO CABO de SÃO VICENTE

Construído em 1846, foi sendo ampliado e modernizado constantemente.

É considerado um dos faróis mais potentes da Europa, atento full time a uma das rotas comerciais mais tãotão movimentadas do mundo.

São Vicente é o padroeiro de Sagres é tem uma escultura lá.

E ENTÃO…
Eu tinha que escrever sobre o entorno mas tava inquieta, durante essas últimas horas de digitação, pra escrever o que mais pegou.

Descobri que o Juscelino, o JK, esteve por aqui. Até inaugurou a estátua do Infante Dom Henrique aqui em Lagos (foto), aceitando o convite do presidente de Portugal de então, Américo Tomás. 6 de agosto de 1960.

V Centenário da morte do Infante Dom Henrique.

Um reconhecimento a figura do navegador “que deu novos mundos ao mundo.”

Na ocasião, palavras de JK que valem​ citar: Brasília é a continuação da obra do Infante!

Fica a reflexão.

SAGRES HOJE

Surf, parapente, mergulho.

O paraíso pra prática desses esportes está aqui. E está bem entranhado ao turismo histórico.

Como tudo, no Portugal atual, Sagres tem estrutura e pessoas, trabalhando na área turística, que nos encantam com sua disposição em distribuir história e cultura como se conversa na fila do ônibus: naturalmente.

O Porto Baleeiro é o point do final da tarde, reunindo pescadores, navegadores, comerciantes, galera e turistas de várias nações e de todas as idades

Que viagem.

SACRUM.