Todos sabemos.
Ninguém chega a lugar nenhum a toa.
Não.
A toa nunca.
Sempre há que haver um propósito.
Mergulhei de cabeça na aventura de estar com Lucas e sua nova família.
Foi muito prazeroso e surpreendente.
Pessoas de generosidade e afetividade extremada.
Dessas pessoas que não se encontra sempre.
Pessoas especiais.
Cheguei a ficar sem graça, cheguei a ficar envergonhada.
Por não ser assim.
Por não saber como agir/reagir sem parecer forçada ou mesmo mal educada.
Acabou que foi incrivelmente gostoso, bom, um abraço apertado em família pra começar esse 2021 tãotão esperado.
Gratidão a todos das famílias Cruz e Barbosa.
Em Mongaguá conheci umas crianças da Fazenda da Juta, educadas e bunitas, que acharam engraçado eu não saber onde era a casa delas.
Descobri que se trata de uma das comunidades mais vulneráveis da cidade de São Paulo.
Uma realidade que desconheço, como elas desconhecem a minha.
Meninas que frequentam o projeto social Daniel Comboni, cursando teatro e canto.
Meninas que denunciaram o próprio pai por violência doméstica.
E que me viram como uma novidade bacana, pra desabafar e questionar.
E como tinham perguntas a fazer!, como se eu fosse um ET.
Foi uma troca que me emocionou no pré ano novo.
As diferenças e as distâncias, de todas as formas e maneiras, ocuparam meus pensamentos por todo o percurso de volta.
Estando no centro, podemos nos virar pra seja que lado for, elas sempre estão lá ou ali e também aqui, bem pertinho.
Depende do nosso olhar, da empatia, da nossa disponibilidade “…e serenidade pra aceitar as coisas como elas são.”
Ser feliz é viver bem consigo mesmo, tanto faz o que se tem.
Em casa.
Cheguei bastante cansada, com as panturrilhas em pré câimbras. Inusitado.
Água de coco, empadas e bombom de cupuaçu.
Dormi muito bem.
Acordei no pique.
Organizar, lavar, desprezar, doar.
Jornal na rádio, novidades municipais mas secretarias e câmara de vereadores.
A última quinzena de dezembro foi intensa.
Agora quero entrar na rotina em slow motion.
Estou sem ler há muitos dias.
E o livro da Maya Angelou, “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, tem tudo a ver com as minhas reflexões recentes.
Vou me dedicar.
Hoje é aniversário dessa parceira amada, Rosane Pinto de Oliveira.
Foram 18 anos juntas no PS do HC.
São 26 anos de amizade, gargalhadas e lágrimas, emoções e alegrias, conquistas enfim.
Amiga, conseguimos, huhuuuu!
Ter você na minha vida é pura benção.
Seu sorriso, e sua confiança em que tudo vai dar certo, ahhhhhhh…. gratidão!
Que seu caminho continue energizado e vibrante.
Beijão e parabéns!
Presente musical….

E é aniversário também do meu amigo amado Vital Valter, musicista e maestro, pintor, confeiteiro e artesão.
Amigo desde o La Salle, amigo carinhoso e fiel, amigo do pra sempre.
Querido, pra você minha gratidão e carinho, beijão e desejos de tudotudotudo de divino e maravilhoso no seu caminhar.
Escolhi essa música de presente musical.
Por ser pura emoção.
Como deve ser o dom de tocar, de reger e de cantar.
Parabéns!

No quintal, novidades.
Meu vizinho de fundo acabou com a pitangueira, que tantas frutas me deu.
Agora tenho mais céu, mas não terei mais o prazer das pitangas pretas.
O tomateiro carregado e as beterrabas prontas pra colher.
As orquídeas que ganhei da Marinilce e do Carlos Ramos, ahhhhhhh… lindezas.
Então estamos em 2021.
E agora?
É, basicamente, só uma mudança no calendário.
Mas não dá pra ver apenas assim.
Tudo o que aconteceu, e tuuuudoooo que não aconteceu, em 2020, trouxe muitas expectativas pro ano novo.
Expectativas que, espero, não sejam de mais decepções.
Eu não tenho mais onde guardar tanta decepção como cidadã.
Quero acreditar que alguma coisa vai acontecer pra acabar com o desmazelo insano, genocida, doentio, do desgoverno.
Alguma atitude mundial pra amparar nosso país.
Nada de soberania nacional, pelamor!
O Brasil precisa de ajuda de um tribunal internacional.
A população, até os que elegeram esse monstro, precisa ser socorrida.
Teremos vacinação?
A vacina chegará a todos os brasileiros?
A amazônia vai sobreviver até 2022?
A educação vai sobreviver até 2022?
Os trabalhadores que recebem o salário ínfimo de R$1100, e suas famílias, vão conseguir sobreviver?
São questões que me atormentam todos os dias.
Teve uma conhecida minha que, no começo da pandemia, me pediu, no Facebook, pra que eu parasse de falar de coisas tristes porque Deus é mais.
Falei pra ela que, se ela não quisesse me ler, me bloqueasse.
Foi o que ela fez.
Deus continua sendo Deus.
As coisas tristes continuam a acontecer.
Eu continuo a escrever sobre elas.
Também escrevo sobre as rotinas do viver.
Que tem coisas felizes.
E escrevo sobre elas.
Porque a vida é linda, sim.
Mário Sérgio Cortella diz que ” ser feliz todo o tempo é uma tolice; ser infeliz, um desperdício.”
E o dual está em tudo.
E o equilíbrio é o que vou continuar a buscar.
Pra não desesperançar.
Pra continuar a valorizar as pequenas importâncias mais que especiais.
Sou muito tranquila em admitir que tenho um longo caminho a percorrer no aprendizado e na evolução pessoal.
E é essa a minha principal agenda pra 2021.
Para reflexão.
“Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.”
Martha Medeiros
Resistir e resistir.
Seguimos.