Terminei o dia de ontem em choque.
Muito difícil manter a mente alheia.

Depois do absurdo das “comilanças” federais, o insano levou seus comparsas ao delírio, num almoço recheado de palavrões contra a imprensa, ao lado do Sinistro das relações exteriores e de cantores sertanejos.
A falta de postura, de respeito, ahhhhhhh, esse lixo deve ter vindo direto do inferno.
Não aguento mais!

Nem sai no quintal pra ver a lua cheia.
Como bem disse a Isabel Pedro, lua cheia não combina com ficar em casa.

Evitei dormir no final da tarde, desliguei a tv a meia-noite e apaguei.
3:33h, exatamente, acordei com a tempestade.
Levantei pra fechar as janelas e voltei a dormir.
Sonhei com a Sílvia Dionísio conversando comigo, encostada no pilar da varanda e eu na rede.
Até fiz tbt com a bunitaaaaa, saudades!

Acordei muito bem.
No rádio as notícias muito tristes da pandemia.
O presidente do sindicato de bares e restaurantes expôs as razões que levaram sua categoria a manifestação de ontem.

Abstrai pro café da manhã.
Passarinhos no quintal.

Encontro quinzenal com Tati Fernandes e Tammy.
Dessa vez com a presença da Gi, vizinha que não via há muitos anos.
Cada uma no seu canto, mascaradas e na paz.

Visitinha rápida pra mamãe e Pretinha.
Tudo bem, tudo bom.

Calor calor calor.

Em casa.

Na balança uma alegria: voltei pros 70kg!
Linguiça assada e salada de tomates do quintal bem temperados.
Alternando a dieta diária pra manter o peso e esperando perder mais três quilos esse ano.


Hoje é aniversário do querido Alê Castanheira.
Tãotão querido e carinhoso, desde sempre temos afeto um pelo outro.
Afeto extensivo a Alana, sua companheira, Raul, o filhão, aos pais, irmãos, sobrinhos e agregados, todos ouro de mina, pessoas preciosas do meu bem querer profundo.
Alê, meus votos de emoções e alegrias, aventuras e susexo, todo o amor que houver nessa vida.
Sou muito fã!
Beijinhos e presente musical pro casal lindo…

Agenda de 1998.


Sempre no pretinho básico e muito magra, terminei a agenda desse ano que foi tão duro.
O que li, finalizando a agenda, me fez chorar e não vou replicar.
Sobre meu paizinho já devorado pelo mal de Alzheimer, de olhos esbugalhados.
Sobre meus deslizes que me tornaram uma gerente e não mais uma mãe.

” 31 de dezembro de 1998.
Eu estou no meu quarto pensando no de sempre.
O que é isso?
Pasma por esse ano, começo agora meu expurgo de purificação.
Eu me amo?
Eu tenho ética comigo?
Penúltimo ano do século.
A luta!”

E demorou ainda alguns anos pra eu deixar a Andrea que se ama ganhar.

Também não fazia ideia do quão difícil seria 1999, da dor e solidão que viriam…

Enfim, passou.

Uma agenda a menos na minha “auditoria” pessoal.
É emocionante, dolorido, engraçado, tudo ao mesmo tempo junto.
E tem valido cada um dos sentimentos aflorados.

Colocar em ordem o que realmente importa e ficará guardado aqui dentro.

“Um mestre do verso, de olhar destemido,
disse uma vez, com certa ironia :
‘Se lágrima fosse de pedra
eu choraria’
Mas eu, Boca, como semrpe perdido
Bêbado de sambas e tantos sonhos
Choro a lágrima comum,
Que todos choram
Embora não tenha, nessas horas,
Saudade do passado, remorso
Ou mágoas menores
Meu choro, Boca,
Dolente, por questão de estilo,
É chula quase raiada
Solo espontâneo e rude
De um samba nunca terminado
Um rio de murmúrios da memória
De meus olhos, e quando aflora
Serve, antes de tudo,
Para aliviar o peso das palavras
Que ninguém é de pedra…”
Paulinho da Viola

Pois é.
Todos os dias me inundam os rios de murmúrios das memórias.
Que é do que sou feita, gota a gota.

Para reflexão.
“Para acomodar tudo aumente seu coração.”
Biscoito da sorte chinês.

Resistir todos os dias.

Seguimos.