Mimo da cunhada: pavê de creme de natas e chocolate.
Uma delícia pra terminar o dia.

Tive notícias do Brasil.
O PanDemônio e seu ministério, puro fracasso e desqualificação.
O país abandonado, corrompido.
A pandemia já não causa assombro com seus números tristes.
Desgoverno total.

Comi mais doce e dormi ouvindo Ennio Morricone no YouTube.

Dormi picado, mas dormi bastante.
Chapada de remédio, muita sede.

Acordei bem e decidida.
Tá bom. É só mais hoje e acabou.

” Hoje e sempre, eu dou o que quero receber.”

A prática.
Café da manhã.
Bons dias bons.
Plantinhas.

https://youtu.be/2EvKv1GYzGc

Lucas me lembrou.
Hoje são 30 anos da morte do Cazuza.
Ele sempre está musicando por aqui.
Grande poeta!
Fui com o Lucas na exposição “Cazuza mostra sua cara”, no museu da Língua Portuguesa.
E com Maria Clara, Denise, Lana, Lucas e Danfer, no teatro Procópio Ferreira, assistimos o musical “Cazuza – Pro dia nascer feliz”.
Lembro bem do espanto da Maria quando da primeira palavra em cena.
“Porra!”
E ela adorou, assim como nós.
E todos nos emocionamos, muito.

Ambos eventos em 2014.
Ambos surpreendentes, como ele mesmo foi.

Na rede com Villa-Matas.
A Viagem Vertical do Federico Mayol.
“Como tantas vezes na vida, há sempre um segundo drama oculto – muito mais sério do que o primeiro – escondido por trás da tragédia mais óbvia, mais visível.”
Aproveitei a carona com o Federico ( que estava em busca de) e viajei nas lembranças da cidade do Porto, a beira do D’Ouro.
Lembro que tocava Tom Jobim e o dia estava lindo.
Fizemos a experiência na Grahams, soubemos de tudo um pouco sobre o vinho e, aiaiai, experimentamos três tipos de Porto.
A descida da rampa, na volta, foi aquilo. E paramos pra tomar uma sopa de pedra.
Ahhhhhh, filhos! Sempre muito bom!
E, depois, a primeira vez num funicular, tipo de elevador muito louco pra subidas íngremes. Estarrecedor, kkk…

Mamãe me convenceu a ligar na Central de Corona vírus, da secretaria municipal de saúde.
A Cristiane, que me atendeu, muito gentil e bem treinada, tirou as informações e repassou pro médico de plantão.
Apesar de eu não achar que esteja contaminada, concordei com a mamãe.
Já que temos esse serviço disponível em Botucatu, vamos usar.
A orientação foi de ficar isolada, mudar a medicação pra paracetamol e aguardar o agendamento da visita e do teste, entre hoje e amanhã.
Vamos acompanhar.
Sem stress ou sofrimento.

Meio-dia.

O eleito foi confirmado com Covid 19.
A gripezinha chegou pra ele.
Quem sabe serve pra acabar de vez com o alheiamento perante a situação pandêmica do país.
Mas tem a soberba, o negacionismo e a certeza de ser Deus.
Está se tratando com sua amada cloroquina e diz que já está bem.

“Esse vírus é como uma chuva.”, minimizou.
Que preguiça, affff….

Feijão preto com carnes, arroz e ovo frito.
Comi sem vontade mas estava bom.
Suspiros e suco de laranja.

Cazuza soube cantar o amor.
E soube se jogar nos relacionamentos afetivos.
Anos 1980, uauuuuu!
Quem nunca?
Amar também é arriscar-se.

“…Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo
Que não têm…”

Um blues contra a caretice e a homofobia.
Sempre corajoso, escancarado, exagerado.

Cazuza também morreu de uma epidemia.
A do HIV.
Não teve chance de sobreviver. Não havia o coquetel e tudo era ainda experimental.

Diferente do Renato Russo, Cazuza assumiu a doença.
Assim como Caio Fernando Abreu.
Semana passada, no Rio de Janeiro, na praça Cazuza, pessoas fizeram pouco do Covid 19 e se aglomeraram na abertura dos bares e restaurantes.
Sarcasmo e ironia em lives.
Vergonhoso e desrespeitoso.

O que está se tornando rotina.

O negacionismo do governo federal, um ministério da saúde sem médicos, os desvios milionários na saúde pública, somados a falta de trabalho, de perspectivas, é campo fértil pra esse comportamento.
Claro que essas pessoas não são inocentes. Mas tá tudo junto e misturado, tornando o nosso país o vice-campeão dos números tristes.
Mais de 66 mil mortos.
Quase um milhão e 700 mil infectados.

“…Vida louca vida, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve
Vida louca vida, vida imensa
Ninguém vai nos perdoar
Nosso crime não compensa
Não compensa não…”

Dormi umas horas.
Acordei muito bem e com fome.

A secretaria de Saúde marcou meu teste pra amanhã 11:45h, no posto da COHAB 1.
Irei.

Estou muito tranquila.
Sou muito positiva.
E estou seguindo um conselho da mamãe.
Tirar a dúvida, aproveitar que tenho esse conforto público.
E agradecer por morar em Botucatu, uma cidade onde a administração se preocupa com a população.

A tarde segue, linda.
Céu azul e até calor.

Para reflexão.

Resistirei, sim.

Resistiremos juntos.

Seguimos.