Acordei muito bem.
Sonhei com o Caetano Veloso.
Talvez porque falamos dele no sábado.

O envelhecer tem seu preço.
O corpo e a mente dão sinais, as vezes bem desagradáveis, como o tremor e a falta de memória.
E isso independe de loucuras juvenis e outros quetais.

Porque existem pessoas que se comportaram, se alimentaram, se guardaram e, mesmo assim, sofrem as sequelas da envelhescência.

Tomei café da manhã e cuidei das plantinhas.
Me peguei cantando essa, que é das músicas que gosto muito.

Olhando no espelho, antes do banho e ainda pensando no correr do tempo, encontrei meu rosto pré 60 anos.
Um rosto onde dentro dos meus olhos enxergo as milhares de Andreas que habitaram esse corpo a cada um dos dias que vivi.

Uma frase que guardei mas não sei o autor, frase que adoro: só não envelhece quem morreu.
Aí, vendo os bons dias bons, encontrei esse texto do Albert Camus que o Fer me enviou.

“Envelhecer

Envelhecer é o único meio de viver muito tempo.
A idade madura é aquela na qual ainda se é jovem, porém com muito mais esforço.
O que mais me atormenta em relação às tolices de minha juventude não é havê-las cometido… e sim não poder voltar a cometê-las.
Envelhecer é passar da paixão para a compaixão.
Muitas pessoas não chegam aos oitenta porque perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta.
Aos vinte anos reina o desejo, aos trinta reina a razão, aos quarenta o juízo.
O que não é belo aos vinte, forte aos trinta, rico aos quarenta, nem sábio aos cinquenta, nunca será nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio…
Quando se passa dos sessenta, são poucas as coisas que nos parecem absurdas.
Os jovens pensam que os velhos são bobos; os velhos sabem que os jovens o são.
A maturidade do homem é voltar a encontrar a serenidade como aquela que se usufruía quando se era menino.
Nada passa mais depressa que os anos.
Quando era jovem dizia:
“Verás quando tiver cinquenta anos”.
Tenho cinquenta anos e não estou vendo nada.
Nos olhos dos jovens arde a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz.
A iniciativa da juventude vale tanto quanto a experiência dos velhos.
Sempre há um menino em todos os homens.
A cada idade lhe cai bem uma conduta diferente.
Os jovens andam em grupo, os adultos em pares e os velhos andam sós.
Feliz é quem foi jovem em sua juventude e feliz é quem foi sábio em sua velhice.
Todos desejamos chegar à velhice e todos negamos que tenhamos chegado.
Não entendo isso dos anos: que, todavia, é bom vivê-los, mas não tê-los.”

No rádio, mais sincronia.

Saí pro Sol.
Vou almoçar com a mamãe.

Ontem a Pretinha teve seu primeiro encontro com o Fábio Reds, educador canino.
Foi uma aula bem interessante.
Mamãe me disse, a noite, que o efeito perdurou. Muito bom!

O dia está lindo.
Calor e céu azul.
As pessoas estão coloridas e de bom humor.
Só falta um pouco de umidade no ar.

Na mamãe foi bem gostoso.
Pretinha até que estava mais tranquila.
Almoçamos o pernil de panela que levei. Adoro o arroz e feijão da Gloglo. Tomamos sorvete, huuuummmm, tudo muito bom.

Fui pra linda Inô.
Depilação pra amanhã voltar pra piscina.

No aplicativo um motorista fã do Stevie Wonder, melhor ainda.

Chegar em casa, ahhhhhh, como eu gosto.

Hoje Lucas e Henrique conseguiram sua autorização pra casar.
Estão muito felizes.
Estamos também.
E estaremos todos juntos em pensamento e vibrações.
Vivaaaaassss!

Agenda 1995.

“Noturnos amanhecidos
Amanheceres noturnos
Pássaros, lua, sol
Rua, lagoa, brisa
No caminho que traçamos
A vida que nos damos
O que nos permitimos
E tudo que negamos.
Equilíbrio e prazer.”
Resquícios da paixão de verão.
No último final de semana de janeiro de 1995 fui pra São Paulo de carona com a Eliane Chaguri.
Ficamos no ap do Fer, em Pinheiros, no mesmo prédio em que moravam as cumadis Lana e Denise.

Show do Rolling Stones.
Que tuuuudooo!
Me apaixonei pelo Charlie Watts, pra sempre.

Rita Lee abriu o show vestida de N.Sra.Aparecida.
Não achei nenhum vídeo mas a cena está na memória pra sempre.
Foi muito booooommm!
E o show, uauuuuu!

https://youtu.be/oN6gcrb9x_M

Só encontrei vídeos do show no Rio de janeiro.
Tá valendo.
A playlist foi igual.
A emoção foi de cada um de nós.
Satisfaction, yeahhh!

No mesmo final de semana fomos ver Daniela Mercury no viaduto do chá, aniversário de Sampa.

Também reencontrei Manolo,  percursionista chileno do Raíces de América, num libanês em Pinheiros.

Manolo conheci numa noite de festa/show da Agronomia, no cine Nelli, no ano anterior.
Fomos no Baita Batata.

Onde andará Manolo?
Raíces de América ainda existe?
Pesquisei. Fizeram show ano passado.

Era bacana, o som e a trupe.
O primeiro show foi em 1980, e a madrinha foi Mercedes Sosa.
A época era do movimento diretas já, o final da ditadura.
Lembrei que também vi um show deles em São Paulo e faziam parte da playlist nos meus tempos da Fundação, em Bauru.

Vale lembrar que Milton Nascimento cantava a América do Sul em ” Para Lennon e MacCartney” em 1970.

E Belchior também se apresentou como um rapaz latino americano, na música de 1976.

São séculos de afirmação do valor da nossa cultura.
E são músicas e músicas belíssimas que temos pra ouvir, relembrar, nos emocionar.

Viajei gostoso ao relembrar o encontro com Manolo.
Voltei uma década atrás.
A música, sempre a música e as pessoas.
“… como as paixões, as canções e as palavras…”
Vida linda!

E, assim, posso dizer novamente que 1995 foi um ano incrível.
Janeiro começou em Floripa e terminou Stones.
Ainda tenho 11 meses dessa agenda pra desbravar.

Soube que minha querida amiga Tute está doentinha. Fiquei triste. É uma pessoa muito linda, querida e guerreira.
Amiga, estou torcendo pra que você se recupere logo.
E, então, vamos brindar a vida.
Sempre sua fã.

Hoje é aniversário do meu querido vizinho Jonas.
17 anos, já!
Muitas aventuras musicais pra você, com alegrias e bençãos sempre. Beijão!

Para reflexão, mais  sobre o envelhecer.

Resistiremos, sempre.

Seguimos.