Começou a chover na manhãzinha.
Chuva boa, pesada.
Que sejam bençãos pra nossa linda cidade.

Botucatu completando 165 anos, vivas!

Nasci em Uberaba apenas por uma questão de logística familiar. Mamãe, a filha mais velha e eu a primeira neta.Estou em Botucatu desde bebezinha.

Mais um sonho: ser cidadã botucatuense.
Parece bobagem mas é do meu bem querer profundo.

Passei a primeira infância na rua Amando. No tempo que a rua de cima ainda era a Cesário Alvim.
As amigas queridas moravam por perto. Amigos também.
Brincamos no Bosque e no Paratodos, muito.

Num outro período mudamos do centro.
Mas sempre estivemos e estamos ainda próximos, mesmo que alguns só no coração.
E já contei isso aqui.

As praças foram mudando, mas estão em todas as memórias.

Em frente a catedral, na Caravan do amigo Luiz Carlos Spazine, pra conseguir ouvir a primeira FM.Ou contornar a igreja pra ver os brotos no Recanto do Ipê.
E na praça do Bosque, a Cinderela, sorveteria de três irmãos que foi point.

A praça do Correio, nossa atual prefeitura, era pra onde íamos depois das aulas.
E também depois da piscina ou dos ensaios da escola de samba do BTC.

A praça dos Lagos, a dos Amores, ahhhh….essa tem muitas histórias, artes de adolescentes…

Na praça da misericórdia também.
Ali eu já entrava na idade adulta, mãe de filho, trabalhando e tals.
Por isso mesmo uma praça especial, inesquecível, e onde uma vez falamos sobre não sermos nomes de rua e sim de uma de suas alamedas. Tão bom que era estar por ali.

A cidade e suas praças e quintais, o céu maravilhoso, é tudo tão bunitooooo, gravado nas retinas e na memória afetiva.

Em Botucatu eu estudei, cresci, namorei, tive meus filhos e os criei.
Foi aqui que trabalhei até me aposentar.
Minhas netas nasceram aqui.
Comprei minha casa e meus meninos já seguiram seu caminho.

A cidade cresceu depois de um longo período de ostracismo econômico. As indústrias vieram e a população aumentou.
Já somos muito mais que uma centena de milhares de habitantes.

A universidade trouxe renome.
A agricultura mudou seus rumos com a biodinâmica.

E nossa cidade tãotão linda segue guerreira, enfrentando bravamente e com muita solidariedade os eventos inesperados como a tragédia da chuva, a inundação e agora a pandemia.

Temos uma excelente administração.
Já não ouviremos rojões, finalmente.
O transporte público vai indo bem, meio no fórceps mas vai.
A saúde pública está mostrando que sim, pode ser muito melhor.

As praças continuam lindas.

Atitudes inovadoras tem sido copiadas por outras cidades.
Sempre pensando além, o prefeito Pardini tem conquistado a população.
E nem vem com esse papo que ele não faz mais que a sua obrigação.
Ele tem feito mais.

Em breve teremos uma represa lá na véu de noiva. Uma represa que vai garantir nosso abastecimento de água por muitas décadas e gerações.

E, por falar em cachoeiras, então… tanto quanto as praças, quintais e o céu, as cachoeiras são paixões refrescantes de beleza única.

E teremos também um parque linear no Lavapés, que conheci limpo, tornou-se poluído e está recuperado.

O programa habitacional, que começou há décadas, teve um impulso gigante. E não existe coisa melhor, mais emocionante, que ter casa própria.

As escolas, na terra onde são tão boas quantos os ares que nos refrescam, estão cumprindo suas metas, aumentaram em número e muitas são integrais. E os alunos tem alimentação de qualidade. E tem as particulares, e tem os cursinhos preparatórios, e temos tido conquistas em olimpíadas diversas e vestibulares.

E tem muitos atletas, em muitos esportes, amadores e profissionais.
E competições até internacionais.
Tem muita vibração saudável que se espalha nos clubes, ruas, parques e na cuesta.

É cidade musical desde tempos idos.
E Angelino, Serrinha, Guido e tantos outros, com certeza tem orgulho dos músicos que hoje brilham por aqui, de violeiros a rockeiros, blues, rap, hip e MPB. Até em carreiras fora do país.
Uma banda municipal e uma orquestra sinfônica, luxo só.

E tem os jornalistas, escritores, poetas, historiadores.
Pesquisadores e inventores.
Luthiers. Cineastas.
Artistas plásticos, gráficos, de madeira, de cerâmica, de ferro.
Temos nossa pinacoteca!

E tem os restaurantes, bares, butecos, de várias origens e sabores. Laticínios e doces deliciosos…
Como gostamos de comida boa né?

Eu babo por Botucatu.

A cidade de dias lindos, noites esplêndidas, de brisa frequente, “terra do meu coração”.

Minha mãe e irmãos foram e voltaram. Um irmão está fora mas sempre por aqui.
Muitos amigos já voltaram.
Outros pretendem voltar.
Tem os que vieram e ficaram. Novos amigos chegaram.
E assim a vida pulsa.
Gostoso como descer uma ladeira de bicicleta.

E são muitas asbladeiras e morros.
Muito acima do nível do mar e bem pertinho do céu .

165 anos.
Em meio a pandemia mundial, em tempos de isolamento social, não houve festa na rua, nem bandas, nem apresentações.

Mas tem a festa das lembranças, aqui dentro de cada um de nós.

É a Botucatu pessoal.

A minha é de muito amor e gratidão, cidade querida.

Vivaaaaassss!

E, por favor,

#fiqueemcasa