Acordei bem descansada.
Dormi cedo e dormi bem.

Tomando café da manhã na varanda, percebi que as pombas estavam muito alvoroçadas.
Era a construção de um ninho.
No meu quintal tem festa todos os dias.
Sabiás e maritacas, depois as cigarras, muito trinado e matraquear.
Efeito árvores, o melhor efeito.

A tempestade de domingo levou um pimentão e uma beterraba bebês.
Vicissitudes.

No rádio, os comentários sobre as eleições.
Boas notícias são as da eleição de transsexuais e indígenas.
O Brasil tem chance.
O segundo turno em São Paulo e Rio de Janeiro deve comprovar isso. Espero!

Mas o coeficiente eleitoral, ahhhhhhh, muito triste.

Entrevista com o prefeito reeleito, Mário Pardini, muito bacana.
Haroldo Amaral conduziu muito bem e Pardini teve tempo de explanar seus bons sonhos e projetos pra Botucatu.
Quartos devidamente “esquadrados” pra próxima etapa do projeto.
Tarefas feitas, cardápio definido, mochila pronta, saí.
Dia verânico perfeito.

Fui ver a mamãe e a Pretinha.
Tammy também estava lá.
Todas bem, tudo bom.

Descendo a Major Matheus, o de sempre.
A falta de respeito as faixas de pedestres.
É errado, é irritante, é vergonhoso.

Na Ferrô.
Nadei 6 piscinas e a sirene tocou.
Tempestade.

Voltei pra casa.

Arroz, feijão com bacon, boi ralado com azeitonas.
Das minhas combinações preferidas, tudo fresquinho, muito bom pra comer na tarde chuvosa.
Em 17 de novembro de 1959 o Maestro Heitor Villa-Lobos faleceu no rio de janeiro.

Por coincidência, Solange Rivas, dramaturga, nasceu no mesmo dia e mês da morte do maestro.

Meu primeiro contato com essa mulher, tãotão talentosa, foi na peça Cósmicas, espetáculo inesquecível e sobre o qual já falei aqui.

Querida Solange, que seu caminhar seja repleto de emoções, aventuras e muitas alegrias, na família e na arte.
Sempre aguardando suas histórias, agradeço.
Sou muito fã, beijão!

“O Trenzinho do Caipira”
Companhia de Teatro Chafariz.

A vinda do maestro Heitor Villa-Lobos a Botucatu, em agosto de 1931, é sobre o que trata esse texto de Solange Rivas.

Tive o prazer de assistir no nosso teatro municipal.

Me imaginei conhecendo tão interessante figura, que aqui esteve com sua Companhia Villa-Lobos e com Lucila, sua esposa, em agosto de 1931.
Sempre tive vontade de ter conhecido o Teatro Espéria e, assistir Villa-Lobos nesse teatro, uau!
Deve ter sido sensacional!

Vamos combinar que Botucatu sempre foi berço de grandes talentos da música.
E até hoje é.
Prova disso são os talentosos Zé Cláudio Lino, no  sax e flauta, e Rafael Orpheu:, no  violão.
Eles foram um espetáculo dentro do outro.

A Companhia de Teatro Chafariz fez, desse episódio marcante da história de nossa cidade, um espetáculo para homenagear esse que foi um dos maiores compositores brasileiros “que foi do clássico ao popular, compôs para crianças, enalteceu o Brasil, terra natal que tanto amou e a tornou conhecida no mundo todo… um homem além de seu tempo que soube enaltecer suas raízes.”

“Quem o viu um dia comandando o coro de 40 000 mil vozes adolescentes, no estádio do Vasco da Gama, não pode esquecê-lo nunca. Era a fúria organizando-se em ritmo, tornando-se melodia e criando a comunhão mais generosa, ardente e purificadora que seria possível conceber”
Carlos Drummond de Andrade

Convidei meu amigo Vital Valter, musicista e Maestro, pra escrever sobre Villa-Lobos.

“Heitor Villa-Lobos
Nasceu no Rio de Janeiro em 1887,  compositor, regente, professor que através de sua musica traduzia o sons dos rios e mar deste vasto país, deixando imergir a beleza das florestas e dos céus.
Compositor genuinamente brasileiro, no sentido de que teve de inventar o Brasil que lhe cabia.
Compositor autodidata da era do  movimento modernista brasileiro  enfocando o folclore  e os elementos musicais do Modernismo, buscando nas suas expedições, pelo Brasil afora, ritmos e melodias da diversidade cultural brasileira.
Viveu vários anos em Paris e ao lado de amigos como Ravel, Prokofiev, Milhaud, Stravinsky entre outros.
Sua música se tomou uma característica única da  terra tropical e diferente.
Villa-Lobos sintetiza um pouco da diversidade cultural brasileira no sentido em que trouxe a vanguarda européia para a música brasileira, misturando com a cultura afro-brasileira miscigenada, que aqui já existia.
Compositor de mais de mil obras entre cirandas, cantatas, óperas, concertos, sinfonias, centenas de partituras para piano solo e até peças para várias combinações instrumentais.
Entre suas obras estão o Trenzinho Caipira, a Lenda do Caboclo, Impressões Seresteiras, Saudades das Florestas Brasileira,  entre muitas.
Considerado o mais importante compositor da música erudita brasileira, cabe perguntar: qual a importância deste compositor no cenário mundial? Quais foram as suas contribuições à arte da composição musical? Ou sua importância se resume ao fato de ele ser um “exótico” representante da América Latina invadindo o panteão dos grandes músicos europeus?
A sensação de “caos” que emana de muitas das obras de Villa-Lobos é fruto de alguma deficiência técnica ou trata-se de uma característica pessoal de compor?
Villa-Lobos é um musico erudito com espirito popular ou ele é um musico popular com alma erudita?”

“Querida eu nasci no ano de morte do Villa. 1959. Coisas cósmicas. Acho que  é  por isso que amo a música dele.
Com Villa-Lobos  aprendi  amar a música brasileira.
Amo essa obra, mostra bem o povo o caboclo brasileiro.
O sertão.
Como dizia Euclides da Cunha: ” O caboclo sobre tudo é  um forte.”

E agora, Vital ao piano…

Sei que Villa-Lobos já esteve nessa coluna, mas a paixão tudo pode e sempre é bom falar do bom.
Faz bem!
Estamos na Semana da Consciência Negra.
Já passou da hora do racismo ser abolido para sempre.

Seres humanos, é o que somos.
Habitantes do mesmo planeta, é onde estamos.

Para reflexão.
“Não há nada melhor do que as adversidades. Cada derrota, cada mágoa, cada perda, contém sua própria semente, sua própria lição de como melhorar seu desempenho na próxima vez.”
Malcolm X

Resistir sempre!

Seguimos.